A ONG Transparência Internacional criticou o governo federal por ter nomeado Waldez Góes como novo ministro da Integração Nacional. A entidade afirma que o ex-governador do Amapá “entrou pela cota do Centrão”, mesmo tendo sido “condenado pelo STJ a 6 anos de prisão por peculato”.
“Góes, indicado por Davi Alcolumbre, cuidará da CODEVASF, a estatal loteada pelo Centrão que virou foco de corrupção do Governo Bolsonaro como um dos principais braços executivos do Orçamento Secreto. […] A nomeação de um ministro condenado à prisão destoa desses bons quadros e acende todos os alertas”, diz a entidade em nota.
Góes, do PDT, ganhou uma vaga na Esplanada graças à articulação do senador Davi Alcolumbre (União Brasil), de quem ele é aliado. Ele foi indicado na cota do União, sigla para a qual ele deve migrar.
A Transparência Internacional afirma entender a “distribuição de poder entre grupos aliados ao governo eleito”, mas reitera que os “termos dessas negociações que determinam sistemas mais íntegros ou corruptos” e que “o padrão ético na formação de ministérios é vital na promoção da integridade e da democracia”.
“A sociedade e as instituições devem impedir que um Ministério fundamental para o desenvolvimento de regiões desassistidas do país continue usado como máquina de corrupção e feudalização eleitoreira. O Centrão pode achacar governos, mas não pode achacar a sociedade brasileira”, afirmou a ONG.
Filiado ao PDT desde 1989, Góes terminou, no fim de 2022, seu quarto mandato como governador do Amapá. Ele concorreu a uma vaga ao Senado, em 2010, mas perdeu a disputa para Gilvam Borges (MDB) e Randolfe Rodrigues (Rede).
O Globo