Foto: AMANDA PEROBELLI/REUTERS.
O Exército não permitiu que a polícia prendesse manifestantes que estavam em frente ao quartel-general após a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes no último domingo (8), em Brasília. Segundo o jornal The Washington Post, o Exército posicionou tanques e três linhas de soldados para impedir as detenções.
“Você não vai prender as pessoas aqui”, disse o general Júlio César de Arruda ao ministro da Justiça Flávio Dino, de acordo com duas pessoas que estavam presentes e conversaram com reportagem.
Na avaliação de autoridades do governo ouvidas pelo jornal norte-americano, isso permitiu que golpistas fossem alertados e escapassem —o acampamento em frente ao QG foi desmontado na segunda-feira (9).
A versão coincide com o que Ibaneis Rocha (MDB), governador afastado do Distrito Federal, disse em depoimento à Polícia Federal na sexta-feira (13), quando afirmou que “autoridades militares” impediram o desmonte do acampamento bolsonarista.
Há uma semana, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inconformados com o resultado da eleição invadiram e depredaram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o STF (Supremo Tribunal Federal). A Corte determinou a prisão em flagrante de todos os manifestantes na Praça dos Três Poderes e no acampamento em frente ao QG do Exército. Mais de 1.300 pessoas continuam presas.
A PF ainda estuda celulares e material genético deixados na cena do crime para identificar e colher provas contra os invasores.
A equipe do jornal norte-americana conversou também com pessoas que receberam mensagens pelo Whatsapp e pelo Telegram sobre os atos golpistas. Eles afirmam que havia comentários e até orientação sobre a invasão prédios públicos.
Créditos: UOL.