Em 15 de julho de 2022, a Folha de S.Paulosurpreendeu seus leitores ao publicar uma reportagem na qual tentava explicar “por que Lula é inocente sem ter sido inocentado”. Depois de uma série de explicações tão contraditórias quanto o título, o jornal justificou a inocência do petista: “Lula é inocente? Sim. Não há nenhuma sentença válida atualmente contra o ex-presidente.”
Em seguida, veio a segunda pergunta: Lula foi inocentado? “Não”, respondeu a própria Folha. “Nos principais casos contra o ex-presidente e na acepção mais comum da palavra ‘inocentado’, que corresponde a absolvido, não é correto empregar o termo para se referir à situação de Lula”.
Nesta sexta-feira, 27, na mesma Folha, o título de um artigo afirmava: “Lula acertou sobre o BNDES, apesar de ter errado”. Nos primeiros parágrafos, o autor apontou cinco erros. Entre eles, o fato de Lula ter “sinalizado que o banco é uma instituição de governo, não de Estado”; e de ter revelado o financiamento de um gasoduto no campo de Vaca Muerta, na Argentina, antes de qualquer avaliação do banco.
Pouco depois, veio a adversativa: “Mas Lula está certo em recuperar a vocação do banco de financiar projetos de engenheira no estrangeiro”. Assim como no primeiro texto, não deu para entender.