Há ainda quem acredite que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tenha aprendido alguma lição dos problemas que viveu nos últimos anos e que o aconteceu o tornasse mais experiente e confiável. Há 15 dias, por exemplo, Lula jurou que não interferiria na eleição da Câmara e do Senado. Recuou para garantir a eleição de seus escolhidos, exonerou, na segunda-feira (30), todos os ministros que têm cargo de deputado ou senador. Não quer correr o risco de ver um adversário vencer a disputa.
Para garantir a reeleição de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e Arthur Lira (PP-AL) como presidentes do Senado e da Câmara, respectivamente, o presidente Lula liberou seus ministros para a empreitada de “vitória ou vitória”: aqueles que possuem ou assumirão mandato no Parlamento se licenciam nesta semana para assegurar votos aos aliados do Planalto. A posse dos senadores e deputados eleitos ocorre na quarta-feira, 1º de fevereiro, seguida pela votação à presidência e demais cargos das mesas diretoras de ambas as casas legislativas.
O arranjo foi decidido no final de semana De acordo com Alexandre Padilha (PT-SP), ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, a orientação do Planalto não vale apenas para quem assume mandato, mas para quem já tem e não precisa se afastar do cargo na quarta.
Esse é o caso de vários ministros deputados e senadores eleitos em outubro de 2022.
“Ele [Fávaro] não toma posse, o mandato dele é de oito anos, mas a orientação é se licenciar e votar”, comentou Padilha na Câmara dos Deputados, após um evento do PT. O próprio secretário de Relações Institucionais é deputado federal reeleito e será empossado na quarta. Estará na Câmara para assegurar a reeleição de Lira.
Além da eleição da mesa diretora, os ministros e secretários licenciados devem permanecer no Parlamento até a quinta-feira (2 de fevereiro), dia para o qual está prevista a votação para definir o novo ministro do Tribunal de Contas da União (TCU). O favorito é Jhonatan de Jesus (Republicanos), que faz uma espécie de “dobradinha” com Arthur Lira.
Vão se licenciar de seus ministérios:
O senador Carlos Fávaro (PSD-PR), ministro da Agricultura
O senador eleito Camilo Santana (PT-CE)
O senador eleito Wellington Dias (PT-PI), ministro da Educação do Desenvolvimento Social
O senador eleito Renan Filho (MDB-AL), ministro dos Transportes
O senador eleito Flávio Dino (PSB-MA), ministro da Justiça
O deputado reeleito Alexandre Padilha (PT-SP), secretário de Relações Institucionais
O deputado eleito Paulo Teixeira (PT-SP), ministro do Desenvolvimento Agrário
O deputado eleito Luiz Marinho (PT-SP), ministro do Trabalho
O deputado reeleito Paulo Pimenta (PT-RS), secretário de Comunicação
A deputada eleita Daniela Carneiro (União-RJ), do Turismo
O deputado reeleito Juscelino Filho (União-MA), das Comunicações
Simone Tebet (MDB-MS), ministra do Planejamento e Orçamento, não vai se ausentar porque seu mandato de senadora é encerrado nesta quarta. Ela foi eleita em 2014.
Ze Dudu