O presidente Lula subiu o tom com os militares, durante uma reunião com governadores e outras autoridades, na tarde da segunda-feira 9. O encontro ocorreu depois das manifestações na Praça dos Três Poderes. Os protestos tiveram vandalismo nas sedes do Executivo, Legislativo e Judiciário.
“As pessoas estão livremente reivindicando golpe na frente dos quartéis”, observou o petista. “Nenhum general se moveu para dizer: ‘Não pode acontecer isso, é proibido pedir isso, não vamos fazer isso’. Dava impressão de que tinha gente que gostava quando o povo estava clamando golpe. Lá em São Paulo, tinha barraca, almoço, churrasco, banheiro químico, como aqui em Brasília.”
Adiante, Lula também criticou a polícia. “A polícia de Brasília negligenciou”, disse. “A inteligência de Brasília negligenciou. É fácil a gente ver nas invasões os policiais conversando com os agressores. Já no dia 12, na minha diplomação, o quebra-quebra que teve em Brasília, a Polícia Militar acompanhava as pessoas tocando fogo em ônibus e nada foi feito. Havia conivência explicita da policia.”
Para Lula, o vandalismo ocorreu porque os manifestantes “não têm uma pauta de reivindicações” e defendem apenas um golpe de Estado. Por isso, seria difícil negociar com os grupos. O presidente afirmou que a depredação das sedes dos Três Poderes, no domingo, “já estava prevista”, e que “nada foi feito”.
Revista Oeste