Vítima teve parada cardiorrespiratória enquanto treinava com colega que, assim como ele era, é graduado em jiu-jítsu. Os dois esperavam começar uma aula de muay thai, luta marcial tailandesa, e não estavam aocompanhados de instrutor no momento.
Um jovem de 21 anos morreu após ter uma parada cardiorrespiratória ao sofrer um golpe de jiu-jítsu, na noite da quinta-feira (26), em João Pessoa. De acordo com a Polícia Civil, Gil Anderson de Paiva Silva treinava com um colega que, assim como ele era, é graduado na luta marcial. Os dois estavam esperando começar uma aula de muay thai.
Gil Anderson era cabo do Exército, lotado no 15º Batalhão de Infantaria Motorizada, em Cruz das Armas. Ele era o caçula de uma família com quatro filhos, que morava perto do local onde ele treinava.
O caso ocorreu por volta das 19h30, no Centro de Referência da Juventude Ilma Suzete Gama, em Funcionários I. A unidade é parte de um projeto da Prefeitura de João Pessoa que promove atividades esportivas e culturais. O instrutor da aula de muay thai que iria começar ainda não havia chegado no momento em que os dois treinavam.
Segundo a Polícia Civil, Gil começou a passar mal após ele e o colega caíram no chão e Gil ter ficado por baixo. Ele foi socorrido pelo colega e por outras pessoas que estavam no local e levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Cruz das Armas com um quadro de parada cardiorrespiratória.
A UPA informou que ele deu entrada já em estado gravíssimo e que, apesar de a equipe realizar todas as manobras de ressuscitação, ele não resistiu.
Delegado fala em ‘fato acidental’
A Secretaria de Juventude, Esporte e Recreação de João Pessoa (SEJER) informou que o Centro de Referência da Juventude, no Funcionários I, é um espaço para promover a inclusão social, qualidade de vida e incentivo a formação esportiva.
“O local é cedido de forma voluntária para a comunidade e um dos projetos atendidos de forma gratuita é o de muay thai, que já existe há oito anos no bairro”, informou em nota. A secretaria confirmou, ainda, que o caso ocorreu antes do início da aula e que todo o socorro foi prestado ao aluno.
O delegado que investiga o caso, Paulo Josafá, afirmou que “não houve dolo” do colega com quem Gil treinava, ou seja, não foi intencional.
“O fato é que, para que a aula fosse iniciada, era preciso que o professor estivesse presente, e eles iniciaram sem o professor chegar. Nos procedimentos investigativos iniciais, conversando com as pessoas do local de treino e com a equipe médica, se trata de um fato acidental, mas ainda vamos continuar a ouvir outras pessoas, inclusive o aluno que treinava com ele, para concluirmos a investigação preliminar”, disse delegado.
Paulo Josafá também falou sobre o procedimento feito após a vítima chegar ao hospital. “Ele sofreu uma broncoaspiração no impacto que teve do golpe, com um inchaço no pescoço. Conversando com a médica, houve uma tentativa de entubação, mas por causa do inchaço, não foi possível. A priori, vale ressaltar, não houve dolo por parte do companheiro [de treino] dele”, afirmou.
A família não quis dar entrevistas, mas falou que ele treinava havia cerca de quatro meses no Centro de Referência da Juventude, e que não tinha inimizade com nenhuma pessoa que pudesse levar a conclusões de que o fato não tenha sido acidental.
O corpo foi levado para a Gerência de Medicina e Odontologia Legal de João Pessoa (Gemol) , e a previsão inicial era que seria liberado no fim da manhã desta sexta-feira. O velório vai acontecer em um cemitério particular no bairro do José Américo.