Reportagem da CNN Brasil mostra um flagra feito por um fotógrafo sobre a troca de mensagens entre a ministra do Turismo, Daniela Carneiro, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No celular, a ministra se defende das notícias divulgas na imprensa nacional, sobre ela ter tido apoio de um miliciano nas últimas campanhas que participou e vê um aceno positivo do presidente.
“Inimigos querendo me queimar, mas não irão conseguir”, escreveu a ministra nesta quarta (4) em uma mensagem de WhatsApp flagrada pela reportagem do Estadão.
O Estadão apurou que uma ala do União Brasil, partido de Daniela quer trocá-la porque ela não foi uma indicação da bancada da Câmara. O nome da ministra foi sugerido pelo presidente da legenda, deputado Luciano Bivar (PE), e pelo senador Davi Alcolumbre (AP).
Em mensagem no celular, a ministra admitiu o desconforto com o noticiário, que revelou a participação da família do miliciano Juracy Alves Prudêncio, o Jura, em campanhas dela e na gestão de seu marido, o prefeito de Belford Roxo, Wagner Carneiro, o Waguinho.
Ex-policial militar, Jura foi condenado e preso por chefiar uma milícia há quatro anos. Mesmo assim, já ocupou cargo na prefeitura do município na Baixada Fluminense, enquanto a mulher dele, Giane Jura, foi cabo eleitoral da ministra, em 2018 e 2022. Preso na Cadeia Pública Constantino Cokotós, em Niterói, Jura teve a permissão para deixar a cadeia para trabalhar revogada pela Justiça.
Diálogos
“Desconfortável hoje. Jornalistas cochichando”, disse Daniela ao seu chefe de gabinete na Câmara e futuro secretário executivo do ministério, identificado como Bento. “Talvez seja porque você já está impressionada. Aí as coisas ficam mais gritantes para você” respondeu ele.
A ministra, então, minimizou o abalo emocional. “Não sou dramática. Isso não prosperará. Os trabalhos irão abafar a notícia ruim”, disse.
Em conversa com um contato identificado como Doutor Santoro H.F., escreveu que não vai abonar crimes de quem quer que seja.
“Recebi muitos apoios, mas não respondo por outras pessoas. Não compactuo com qualquer ato ilícito. Cabe à política e à Justiça investigar e julgar casos que são da polícia e da Justiça.”