Um baile para 123 formandos de medicina da Unicesumar orçado em R$ 3 milhões foi cancelado a 12 horas de acontecer em Maringá (PR) neste sábado (21).
Vídeos compartilhados na internet mostram formandos que participariam do evento revoltados no local do baile. Um homem identificado como diretor da Brave, empresa responsável pela festa, é chamado de “estelionatário” e “pilantra”.
A situação só foi contornada com a ajuda da Polícia Militar do Paraná e a formação de uma força-tarefa de fornecedores locais para realização da confraternização.
Com a situação, cerca de 80 alunos desistiram de participar da festa. Outros 40 decidiram arcar com os custos do evento, que marcado para as 22h de hoje.
Cada formando pagou R$ 25 mil pela festa
A estimativa dos envolvidos é que cada um dos 123 formandos tenha pago aproximadamente R$ 25 mil ao longo de seis anos para financiar o baile. Na última quinta (19), o jantar de comemoração da turma chegou a acontecer —mas foi marcado por problemas, já que os os fornecedores não haviam sido pagos.
“Além dessa turma, outras 50, de diferentes locais, tinham festas programadas com a Brave e agora não sabem se elas vão acontecer de fato ou não”, afirma Nicholas Thomas, sócio da Euphoria, empresa de Maringá que participa do grupo de fornecedores que substituiu a firma catarinense na organização do evento.
Uma nota enviada pela Brave aos alunos na sexta (20) atribui o cancelamento do baile a uma suposta dívida de R$ 530 mil da turma com a empresa e propõe que a festa seja remarcada para data futura. Um comunicado da comissão organizadora do evento nega a dívida e afirma que funcionários da firma estão sem receber há mais de 2 meses.
Em seu site, a Brave informa que é “a maior empresa de formaturas de medicina do país”. “Somos especialistas em realizar as maiores e melhores formaturas de medicina do Brasil”, diz um texto na página.
Procurados pelo UOL, representantes da empresa não retornaram às ligações feitas ao número informado na página da firma no Instagram nem responderam mensagens enviadas ao mesmo telefone. Este texto será atualizado assim que o grupo se posicionar sobre o caso.
Mesma empresa se envolveu em caso parecido em dezembro
Em dezembro, uma formatura na Aman (Academia Militar das Agulhas Negras) em Resende (RJ) organizada pela Brave também teve problemas, conforme noticiou o jornalista Chico Alves em sua coluna no UOL.
Na festa de conclusão de curso de 395 cadetes, um jantar previsto para ter 13 itens foi reduzido a arroz e carne de porco quase crua em quantidade insuficiente para os convidados. Além disso, não havia copos e nem bebidas para todos.
A falta de talheres fez com que os convidados fossem forçados a usar hashis, os palitos comuns em restaurantes japoneses, para poderem comer. Muitos dos alimentos servidos estavam com a data de validade vencida e até o serviço de limpeza do espaço falhou, de acordo com o relato de participantes do evento.
Com informações do UOL