O ex-deputado federal e ex-ministro Miro Teixeira (PDT-RJ) diz que a democracia brasileira nunca esteve sob risco. Nem nos ataques às sedes dos Três Poderes no 8 de Janeiro.
Para ele, que foi ministro das Comunicações no 1º governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e líder do Governo na Câmara dos Deputados, não há aderência social para golpes. Nem nas Forças Armadas. Ao contrário. Há um apreço pela democracia.
“Se alguém disser que a democracia corre risco, não chame a polícia, chame o manicômio. Peça para vir um psiquiatra para cuidar daquela pessoa. A democracia não correu risco nem nos ataques do 8 de Janeiro. Pode ter havido a intenção. Mas, entre a intenção e alcançar o objetivo, há uma diferença enorme”, disse em entrevista ao Poder360.
Para ele, a marcha dos manifestantes de direita não levaria, em hipótese alguma, à deposição do presidente. Isso porque não se trata de uma parcela que hoje é significativa da sociedade.
“Aquelas pessoas marcharam ali na Praça dos Três Poderes de uma maneira insana, quebrando os vidros, rasgando obras de arte, quebrando o relógio do d. João VI. Isso leva a quê? Isso leva à deposição de um governo? Entra na cabeça de alguém?”, disse.
Sobre a tentativa do governo de criar um conjunto de leis para combater outros eventuais movimentos, ele diz ser desnecessário. Miro foi deputado constituinte e afirma que a Constituição brasileira já oferece remédio contra esse tipo de ataque. A prova seriam as prisões e os processos que estão em curso.
“Não se pode imaginar que o atentado se deu por falta de leis. Não existe nenhuma lei que permita quebrar a sede do STF ou que deixe em dúvida que quebrar e tentar invadir o Planalto é normal. Isso não tem explicação no ambiente das leis. Tanto é que você já tem um número enorme de presos e os inquéritos rolando graças às leis existentes”, afirmou.