Quarta queda consecutiva do indicador é motivada pela piora no ambiente corrente de negócios e nas expectativas, afirma FGV
O ICST (Índice de Confiança da Construção) caiu 1,7 ponto em janeiro, para 93,6 pontos. Trata-se do menor patamar desde março de 2022 (92,9 pontos), segundo números apresentados pala FGV (Fundação Getulio Vargas)nesta quinta-feira (26).
Para Ana Maria Castelo, coordenadora de projetos da construção do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia), a quarta queda consecutiva do indicador reforça que os empresários do setor iniciam o ano mais pessimistas na comparação com o último trimestre de 2022, como resultado da piora no ambiente corrente de negócios e nas expectativas.
“As expectativas se deterioram mais nesses últimos meses, refletindo uma percepção de maior incerteza para os negócios ante a possibilidade de manutenção das taxas de juros em níveis elevados por mais tempo”, avalia Ana Maria.
Ao analisar o período anual, a pesquisadora observa que a confiança em janeiro de 2023 ainda se mantém ligeiramente maior do que a verificada há um ano, “Nos últimos 12 meses, houve uma desaceleração expressiva dos custos da matérias-primas, que contribuiu para diminuição das dificuldades percebidas pelas empresas”, afirma ela.
A queda do ICST, neste mês, foi influenciada negativamente tanto pelo ISA-CST Índice de Situação Atual) quanto pelo IE-CST (Índice de Expectativas).Contribuíram para o resultado o indicador situação atual dos negócios recuou 1,8 ponto, para 93,2 pontos, e o indicador volume de carteira de contratos cedeu 1,1 ponto, para 97,0 pontos.
Do lado das expectativas, o IE-CST caiu 2,1 pontos, para 92,2 pontos, menor nível desde maio de 2021 (89 pontos). Tal resultado decorreu da queda da demanda prevista cujo indicador caiu 2,9 pontos, para 93,4 pontos, e o indicador de tendência dos negócios recuou 1,7 ponto, para 91,2 pontos.
O índice, no entanto, mostra que o pessimismo de janeiro não está disseminado por todos os segmentos setoriais. Na comparação interanual, o Indicador de Confiança foi sustentado por uma melhora expressiva na percepção em relação à situação corrente dos empresários ligados à infraestrutura. Em menor magnitude também cresceu o ISA das empresas de Edificações. Por outro lado, a queda nas expectativas afetou todos os segmentos, revelando o efeito mais disseminado das incertezas.
R7