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Pela primeira vez, cientistas internacionais conseguiram usar um laser para redirecionar raios. O estudo foi publicado na revista norte-americana Nature Photonic, na segunda-feira 16. A equipe responsável pelo projeto é formada por pesquisadores de seis instituições, como o Instituto Politécnico de Paris e a Universidade de Genebra.
“Embora esse campo de pesquisa esteja muito ativo há mais de 20 anos, este é o primeiro resultado de campo que demonstra experimentalmente raios guiados por lasers”, escreveram os pesquisadores, no estudo. “Este trabalho abre caminho para novas aplicações atmosféricas de lasers ultracurtos e representa um importante passo no desenvolvimento de uma proteção contra raios baseada em laser para aeroportos, plataformas de lançamento ou grandes infraestruturas.”
O primeiro teste ocorreu em 2004, no Novo México, mas não apresentou bons resultados. De acordo com os pesquisadores, houve erros no laser e dificuldade em encontrar onde o raio cairia. O grupo finalmente descobriu uma solução a 2,5 mil metros de altitude, em Santis, no nordeste dos Alpes suíços, onde há uma torre de telecomunicações com 124 metros de altura que e é alvo de quase 100 raios por ano.
Objetivo dos cientistas com o laser
Segundo o físico Aurélien Houard, em entrevista à agência de notícias France-Presse, “queríamos oferecer a primeira demonstração de que um laser pode influenciar os raios e que é mais fácil guiá-los”. O cientista, que trabalha no Laboratório de Óptica Aplicada da Escola Politécnica de Paris, é o líder do projeto. Ele conta com a contribuição de Jean-Pierre Wolf, do grupo de Física Aplicada da Universidade de Genebra.
O raio é uma descarga elétrica estática, acumulada entre duas nuvens durante uma tempestade. Segundo Houard, os cientistas conseguiram criar um plasma — ar carregado de íons e elétrons — ao emitir o laser. Assim, criaram um “caminho” para o raio.
Depois de transportar o laser para o cume de Santis, nos Alpes suíços, e o fixarem na torre de transmissão, os pesquisadores miraram o laser infravermelho em nuvens de tempestade. Eles fizeram isso em rajadas curtas, de cerca de mil vezes por segundo, e encurralaram o caminho para que um raio atingisse a torre quatro vezes em seis horas.
Créditos: Revista Oeste.