O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta quarta-feira (18) aumentar a meta de inflação anual para, segundo ele, evitar “arrochar” a economia e fazê-la crescer com o intuito de aumentar a distribuição de renda. Ele sugeriu que a meta passe dos atuais 3,5%, considerados um “exagero” pelo petista, para 4,5%.
O petista criticou também a atuação do Banco Central independente na condução da política monetária para conter a inflação com o uso da taxa de juros como principal instrumento.
“Por que o Banco [Central] é independente e a inflação, os juros estão do jeito que estão? Você estabeleceu uma meta de inflação de 3,7%, quando você faz isso, é obrigado a ‘arrochar’ mais a economia para atingir aqueles 3,7% [a meta em 2022, na verdade, foi de 3,5%]. Por que precisava fazer os 3,7%? Por que não fazia 4,5%, como nós fizemos? O que precisamos nesse instante é saber o seguinte: a economia brasileira precisa voltar a crescer. E nós precisamos fazer distribuição de renda, nós precisamos fazer mais políticas sociais”, disse.
Lula concedeu entrevista exclusiva (apenas para um veículo, de maneira individual) ao canal de televisão por assinatura GloboNews.
A meta de inflação do Brasil neste ano de 2023 é de 3,25%. O Banco Central, o guardião da moeda, tem uma margem de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. Ou seja, a taxa terá de ficar no intervalo de 1,75% a 4,75%. Em dezembro de 2022, o Banco Central estimou que a probabilidade de haver novamente um estouro da meta em 2023 é de 57%. Por essa razão, a taxa de juros deve seguir alta. Atualmente está em 13,75% ao ano.
Poder360