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A Suprema Corte do Irã aceitou o recurso de um manifestante contra sua sentença de morte por supostamente danificar a propriedade pública e enviou o caso de volta para revisão, disse o judiciário neste sábado, enquanto um grupo de direitos humanos disse que mais confrontos têm eclodido no oeste do país.
Sahand Noor Mohammadzadeh, de 25 anos, foi preso em 4 de outubro e condenado à morte dois meses depois sob a acusação de “travar uma guerra contra Deus” por supostamente tentar quebrar a defensa metálica de uma estrada em Teerã e atear fogo contra uma lata de lixo durante protestos antigoverno.
Ele rejeitou as acusações, dizendo que foi forçado a confessar, e entrou em greve de fome há duas semanas.
O Irã executou duas pessoas envolvidas em protestos em massa que eclodiram em setembro após a morte sob custódia da iraniana curda Mahsa Amini, que foi presa pela polícia de moralidade que impõe um rígido código de vestimenta às mulheres.
A Anistia Internacional disse que as autoridades iranianas buscam a pena de morte para pelo menos 26 outras pessoas, no que o grupo de campanha disse ser uma tentativa de intimidar os manifestantes.
O grupo de Direitos Humanos do Irã, com sede na Noruega, disse esta semana que pelo menos 100 manifestantes detidos enfrentaram possíveis sentenças de morte.
As autoridades iranianas têm culpado os inimigos estrangeiros do Irã e seus agentes por orquestrar a agitação.
“A Suprema Corte aceitou o recurso de Sahand Noor Mohammadzadeh, um dos acusados nos recentes distúrbios. Seu caso foi enviado ao mesmo ramo do Tribunal Revolucionário para revisão”, disse a agência de notícias do judiciário Mizan no Twitter.
O tribunal não informou a razão para a decisão. O manifestante permanece na prisão aguardando o resultado da revisão.
CONFLITOS REPORTADOS
O grupo de direitos humanos Hengaw disse que houve mais violência neste sábado, com uma pessoa morta e oito feridas em confrontos entre as forças de segurança e manifestantes em Javanrud, na província ocidental de Kermanshah.
A Hengaw, que reporta sobre as regiões curdas do Irã, publicou vídeos do que disse serem confrontos entre as forças de segurança e manifestantes que se reuniram em um cemitério 40 dias após a morte de sete outros manifestantes curdos.
A Reuters não pôde verificar a filmagem.
Créditos: Portal UOL.