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Autoridades policiais da Europa, Ásia e América investigam as mortes de magnatas russos ocorridas sob circunstâncias ainda não explicadas. Alguns trabalhavam no setor de gás e petróleo da Rússia; outros, eram do setor de criptomoedas. Os únicos elos entre eles identificados até agora são a nacionalidade, a imensa fortuna e as mortes suspeitas.
- Vyacheslav Taran
O bilionário russo das criptomoedas Vyacheslav Taran, de 53 anos, morreu há uma semana, em 25 de novembro, na queda de um helicóptero em Villefranche-sur-mer, cidade situada a 17 km de Mônaco. Ele foi o último de uma lista de 12 magnatas russos que perderam a vida em circunstâncias ainda não explicadas.
Taran era dono da Libertex, uma empresa do ramo de criptomoedas, patrocinadora de grandes clubes de futebol, como o Bayern de Munique e o Tottenham. Além do bilionário, o piloto da aeronave, de 35 anos, também morreu no acidente ocorrido no dia 25. Um fato que levantou suspeitas é que um segundo passageiro desistiu do voo pouco antes do embarque.
A viúva do bilionário, a russa Olga Taran, publicou uma carta aberta no site Hello Monaco, do qual é dona, desmentindo acusações de que seu marido lavava dinheiro para oligarcas russos. Ela também negou acusações de um site ucraniano de que Taran fosse um espião russo ou apoiasse o país no conflito com a Ucrânia.
- Alexander Subbotin
O bilionário Alexander Subbotin, de 43 anos, foi encontrado morto no porão da casa de um xamã, em Mytishchi, cidade no nordeste de Moscou, no domingo 27. A suspeita é de que o magnata tenha se intoxicado por veneno de sapo.
A agência russa Tass informou que o bilionário aparentemente sofreu um ataque cardíaco. Subbotin, de acordo com a Tass, foi para a casa do xamã Magua “em estado de intoxicação alcoólica grave e drogas no dia anterior”. A morte teria ocorrido após uma sessão para curar ressaca.
A revista Newsweek disse que o xamã fez incisões na pele de Subbotin e pingou veneno de sapo com objetivo de fortalecer o sistema imunológico.
- Serguei Protosenya
Ex-vice-presidente da empresa de gás natural Novatek, Serguei Protosenya, de 55 anos, foi encontrado morto em sua mansão na Catalunha, na Espanha, ao lado dos corpos da sua mulher, Natalya, e da sua filha, Maria. A suspeita da polícia espanhola é de que o homem tenha esfaqueado as duas e depois se enforcado no jardim da residência, em 19 de abril.
O caso chama atenção porque, de acordo com a imprensa local, o corpo do executivo não tinha traços de sangue e tampouco foi encontrada uma carta de suicídio. Além disso, o filho de Protosenya, Fedor, de 22 anos, não acredita na hipótese de suicídio, porque seu pai, disse ele, “amava a minha mãe e principalmente Maria, a minha irmã”.
Formado em engenharia, o russo tinha uma fortuna estimada em US$ 440 milhões. Segundo jornais da Catalunha, a polícia encontrou no local seis carros das marcas BMW, Mercedes, Mustang e Audi, além de rolos de dinheiro com pelo menos € 10 mil.
- Vladislav Avayev
Menos de 24 horas depois da morte de Protosenya e sua família, o também multimilionário Vladislav Avayev, de 51 anos, foi encontrado morto com sua mulher e a filha de 13 anos em um apartamento em Moscou. A morte é similar à de Protosenya: Avayev teria matado a família com uma pistola e depois cometido suicídio.
Treze armas teriam sido encontradas dentro do apartamento de luxo de Avayev, avaliado em € 2,4 milhões. O multimilionário havia sido vice-presidente do banco Gazprombank, um dos principais do país.
- Mikhail Watford
Nascido na Ucrânia, Mikhail Watford, de 66 anos, foi encontrado morto em sua residência de luxo, avaliada em £ 18 milhões, no condado de Surrey, na Inglaterra, em março. A polícia inglesa ainda não esclareceu as circunstâncias de sua morte, mas adiantou que não a considerou suspeita. Por muitos anos, Watford trabalhou nas indústrias de gás e petróleo da Rússia, e se mudou para Inglaterra no início dos anos 2000.
- Nikolai Mushegian
O corpo de Mushegian foi encontrado por um surfista em Ashford Beach, em Porto Rico, no dia 29 de outubro. O russo morreu afogado após ser arrastado pelas correntes marítimas, conforme publicado pela imprensa portoriquenha.
Cofundador da plataforma de empréstimo de criptomoedas MakerDAO e da stablecoin Dai, Mushegian vivia em uma casa de veraneio de US$ 6 milhões em Porto Rico. A praia onde ele estava é considerada um dos lugares mais perigosos do mundo para os banhistas.
A morte de Mushegian aconteceu pouco depois dele publicar no Twitter que temia ser morto pela CIA e pelo Mossad, os serviços secretos dos Estados Unidos e de Israel, respectivamente. O caso é investigado pelas autoridades locais, mas a família do russo não acredita em crime. Mushegian era considerado um gênio “paranóico” e “problemático”.
- Yuri Voronov
O empresário multimilionario russo Yuri Voronov, de 61 anos, foi encontrado morto na piscina de sua casa, com um tiro na cabeça em julho. Ele era ligado ao setor de gás e petróleo e já tinha trabalhado na Gazprom, a estatal russa de gás. Uma pistola e cápsulas de munição deflagradas foram encontradas no local, segundo a imprensa russa. Ele morava em uma casa de alto padrão nos arredores de São Petersburgo.
Em entrevista aos jornalistas russos, a mulher de Voronov afirmou que ele deixou São Petersburgo em 1º de julho após um desentendimento com parceiros de negócios por causa de dinheiro. Na ocasião, ele foi para a casa nos arredores da cidade, onde foi encontrado morto.
- Ravil Maganov
Ravil Maganov, presidente da Lukoil — segunda maior produtora de petróleo da Rússia —, morreu no começo de setembro, depois de cair de uma janela do Hospital Clínico Central de Moscou. Maganov, de 67 anos, trabalhava na estatal desde 1993. Ele assumiu o cargo de presidente em 2020. O executivo era um colaborador próximo de um dos fundadores da Lukoil, Vagit Alekperov.
- Leonid Schulman
Leonid Schulman, de 60 anos, ocupava o cargo de diretor da Gazprom e foi encontrado morto na banheira de sua casa, em São Petersburgo. Uma carta indicando suicídio estava próxima ao corpo. A morte de Schulman foi a primeira ligada à Gazprom. Segundo a empresa, ele havia tirado uma licença para tratar problemas de saúde.
“Nosso colega, chefe do serviço de transporte, Leonid Aleksandrovich Shulman, faleceu. As circunstâncias estão sendo investigadas”, disse a empresa, em comunicado.
- Alexander Tyulyakov
Também ligado à Gazprom, Alexander Tyulyakov, de 61 anos, foi encontrado enforcado nos arredores de São Petersburgo, no dia 25 de fevereiro. Seu corpo estava na garagem de um chalé. Investigadores russos apuram o caso.
- Andrei Krukovsky
Há ainda uma terceira morte ligada a Gazprom. É a de Andrei Krukovsky, um russo de 37 anos que trabalhava como diretor-geral de um resort de Krasnaya Polyana, gerido pela empresa. Ele teria caído de um penhasco na fortaleza de Aczipsinskoy, localizada na cidade de Sochi e não resistiu aos ferimentos.
- Vasily Melnikov
Dono de uma empresa do setor médico, Vasily Melnikov foi encontrado morto com sua família em uma casa em Novgorod. As circunstâncias da morte de Melnikov são similares a de outros russos na lista, e a polícia suspeita que ele tenha matado a mulher e os filhos. Sua empresa, a Medstom, foi fundada em 2003 e trabalha fornecendo equipamentos e insumos para hospitais.
Créditos: Revista Oeste.