Foto: Sindicato Nacional dos Aeronautas/Flickr.
A greve de pilotos, copilotos e comissários de bordo de todo o Brasil está mantida para segunda-feira (19/12). Neste domingo (18/12), a categoria rejeitou uma proposta apresentada pelo Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA) e decidiu manter a paralisação.
A greve dos aeronautas foi convocada na quinta-feira (15/12). Os profissionais vão cruzar os braços por pelo menos duas horas, das 6h às 8h, em protesto que pode se repetir por prazo indeterminado. O governo federal foi informado e monitora a situação.
De acordo com o sindicato, serão atrasadas decolagens de voos nos aeroportos de Congonhas e Guarulhos, em São Paulo; Viracopos, em Campinas; Galeão e Santos Dumont, no Rio de Janeiro; Confins, em Belo Horizonte; Juscelino Kubitschek, em Brasília; Salgado Filho, em Porto Alegre; e Pinto Martins, em Fortaleza.
A ministra Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), estipulou uma multa de R$ 200 mil caso o sindicato não cumpra a decisão do tribunal. Segundo a magistrada, a paralisação de pilotos e comissários tem potencial para causar graves danos à população, especialmente por ocorrer em um período de aumento da demanda no transporte aéreo, com as viagens de fim de ano.
A categoria informou que seguirá seu “manual de greve”: 100% dos tripulantes estarão a postos, mas cerca de 1% a 2% deles vão atrasar alguns voos. O Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) garante que nenhum voo será cancelado e todas as viagens serão realizadas.
A derradeira tentativa de negociação para evitar a greve foi intermediada pelo vice-presidente do TST, ministro Aloysio Corrêa da Veiga.
A proposta do SNEA foi rechaçada por 76,3% dos pilotos, copilotos e comissários de bordo que votaram em uma assembleia online (5.767, ao todo). A assembleia teve início às 22 horas de sábado (17/12) e terminou neste domingo, por volta das 15 horas.
A proposta recusada pela categoria previa a renovação da atual convenção coletiva dos aeronautas, um reajuste de salários e benefícios pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) mais 5% de ganho real (acima da inflação) e a inclusão de uma nova cláusula que autoriza os tripulantes a venderem voluntariamente algumas folgas.
O que querem os pilotos e comissários
Os aeronautas reivindicam um reajuste salarial de 10,9%, que representa a recomposição inflacionária anual de 5,9% somada a um aumento real de 5%.
Além disso, o sindicato pede que as companhias aéreas, representadas pelo SNEA, cumpram outros pontos negociais, como um período máximo de espera entre os voos da tripulação.
Créditos: Metrópoles.