A PEC da Transição continua no radar dos invetidores nesta terça-feira (6). A proposta será votada hoje na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e, segundo o texto, o valor disponível para gastos acima do teto pode ficar perto de R$ 200 bilhões. Além dos desdobramentos da mudança de governo por aqui, o mercado também fica de olho no mau humor vindo do exterior. Ontem, os investidores passaram a projetar um período mais longo de aperto monetário nos EUA após dados inflacionários darem sinais bem tímidos de recuo.
O presidente da CCJ do Senado, Davi Alcolumbre (União-SP) afirmou ontem que a PEC da Transição serpa pautada nesta terça-feira na comissão. A reunião está marcada para as 9h30. Caso seja aprovada na CCJ, a proposta pode ser analisada em plenário. Para que siga em tramitação na Câmara dos Deputados, a PEC precisa ter 49 dos 81 votos dos senadores, o equivalente a três quintos do total. Na Câmara também será preciso o mesmo percentual para conseguir uma aprovação. Portanto, 308 de 513 votos. Ambas as votações são feitas em dois turnos.
A proposta apresentada pelo governo eleito prevê gastos de R$ 198 bilhões fora do teto, nos quais R$ 175 bilhões seriam usados em promessas de campanha, como a manutenção dos R$ 600 pagos aos contemplados do Bolsa Família e R$ 23 bilhões poderiam ser gastos em investimentos caso houvesse um eventual excesso de arrecadação.
O valor não agrada ao mercado, que acredita que a medida pode comprometer ainda mais as contas públicas e, assim, afastar os investidores, especialmente estrangeiros. O mercado especula se o texto pode mudar e ser aprovado com valores menores.
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