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Em entrevista à CNN neste sábado (3), o ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega criticou o texto da PEC do Rombo, afirmando que, mesmo para fins sociais, os gastos do governo devem ser controlados.
Na avaliação de Maílson, o caminho para garantir atendimento às classes menos favorecidas é cortar gastos em outras áreas. Ou então, “promete que vai cortar ou assume um compromisso firme de que vai reduzir gastos em outras áreas. Se não, a dívida vai subindo. E, subindo, pode fugir do controle e fugir do controle é péssimo para a economia brasileira e, principalmente, para os pobres”, afirmou.
A Proposta de Emenda à Constituição foi protocolada nos mesmos moldes do anteprojeto apresentado pela equipe de transição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com um gasto extrateto que pode chegar a R$ 198 bilhões.
Do valor total da PEC, R$ 175 bilhões se destinam ao Bolsa Família. Para o ex-ministro, no entanto, o orçamento do programa é previsível e, por isso, não deveria furar o teto.
“É um programa que existe há quase 30 anos, sabe-se o seu valor, sabe-se o número de participantes. É possível projetar a sua trajetória”, afirmou.
Segundo Maílson, “o teto de gastos é uma restrição orçamentária forte, adotada quando os outros mecanismos falharam em evitar uma trajetória explosiva da dívida pública, porque se essa dívida adquire uma trajetória explosiva, em algum momento, vai haver a percepção por parte dos investidores de que o país está caminhando para o calote”.
Créditos: CNN Brasil.