O cenário atual pode levar à inflação, juros e alta do dólar em 2023
Depois de definido o resultado das eleições no fim de outubro deste ano, as empresas brasileiras listadas na Bolsa de Valores tiveram uma desvalorização de R$ 652 bilhões, de acordo com o estudo realizado pela Economatica, plataforma de informações sobre o mercado financeiro.
Em 28 de outubro, antevéspera do pleito, os dados disponibilizados pelo portal TradeMap mostram que todas as companhias nacionais com ações na B3 valiam, juntas, quase R$ 5 trilhões.
Considerando apenas as 16 empresas sob o domínio do governo brasileiro que estão listadas na Bolsa de Valores, a soma desse valor era de aproximadamente R$ 888 bilhões em 21 de outubro. Já em 13 de dezembro, esse total havia caído para menos de R$ 640 bilhões, como demonstra os dados da TradeMap. Isso indica perdas de cerca de R$ 250 bilhões em menos de dois meses.
“Existe o receio de como vai ser o novo governo”, explicou André Meirelles, diretor de alocação e distribuição da InvestSmart XP. “Um exemplo é essa mudança na Lei das Estatais, principalmente a maneira como está sendo feita. Isso aumenta as incertezas, e o mercado precifica, já que estamos num cenário com mais riscos do que há alguns meses.”
No último dia 13 dezembro, o projeto aprovado na Câmara que altera a Lei das Estatais com o objetivo de flexibilizar as restrições à indicação de políticos para cargos na diretoria dessas empresas, impulsionou a aversão ao risco entre os investidores. Eles alegam que a aprovação relâmpago do PL causou ainda mais incerteza no mercado.
Esse cenário pode se refletir em inflação, juros e alta do dólar no país em 2023, o que afeta diretamente o bolso do cidadão, pois encarece insumos da economia nacional e diminui o poder de compra do real.
Revista Oeste