Foto: Reprodução/Wikimedia Commons.
O economista Paulo Nogueira Batista Junior, ex-vice-presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), fez comentários antissemitas sobre o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ilan Goldfajn.
Em entrevista ao jornalista Luís Nassif, realizada em 16 de dezembro, Nogueira escarneceu a origem judaica de Goldfajn e o qualificou como “hostil” à agenda política do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“É o típico cabeça de planilha, esse Ilan de nome impronunciável”, disse Nogueira, sorrindo. “É Goldfajn, né? É o típico funcionário do statu-quo. Foi uma pena que a sucessão do BID tenha coincidido com a eleição, porque o presidente eleito não se sentiu em condições de barrar a indicação de um nome hostil à agenda futura do governo. Ele é essencialmente um financista, ligado ao Tesouro norte-americano, à comunidade judaica. Ele é, na verdade, judeu-brasileiro. Nasceu em Israel. E a comunidade judaica tem muita presença no Tesouro norte-americano, no Fundo Monetário Internacional [FMI] e nos organismos internacionais. De brasileiro, Ilan tem apenas o passaporte.”
Reação da comunidade judaica
Em nota, a Confederação Israelita do Brasil (Conib) condenou as declarações de Nogueira. Segundo a entidade, o economista “recorre a velhos clichês antissemitas usados por fascistas e racistas para vilipendiar um cidadão brasileiro que tanto contribui para o nosso país”.
O grupo Judeus pela Democracia, por sua vez, acredita que a declaração de Nogueira é “um exemplo límpido do antissemitismo conspiracionista da esquerda”. A entidade ressalta que as divergências ideológicas fazem parte da política, “mas ancorar-se no antissemitismo como argumento é inaceitável”.
Créditos: Revista Oeste.