Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, o deputado federal analisou as movimentações no Congresso Nacional em torno da medida que propõe a ampliação do teto de gastos em R$ 145 bilhões por dois anos para o cumprimento de promessas da campanha petista
O projeto de lei que visa modificar o texto da Lei das Estatais pode ser votado nesta quinta-feira, 15, no Senado Federal. O objetivo da alteração é facilitar indicações políticas para empresas estatais ou de capital misto. Já na Câmara dos Deputados, a PEC do Rombo, conhecida como ‘PEC fura-teto’, que propõe a ampliação do teto de gastos em R$ 145 bilhões por dois anos para o cumprimento de promessas da campanha petista, deverá ser votada até a próxima terça-feira. Para falar sobre as movimentações do governo eleito no Congresso Nacional, o Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, entrevistou o deputado federal Giovani Cherini (PL), que falou sobre como a equipe de Lula (PT) estaria se movimentando pela aprovação da PEC: “Tem muitos interesses por trás disso. Tem 150 parlamentares que não se reelegeram e o PT é especialista em ‘atirar um farelinho para os pintos comerem’. Aqui na Câmara tem, infelizmente, muita mosca de padaria, aquela que senta em qualquer doce dentro da padaria. Tem 150 parlamentares que não se elegeram e muitos deles estão com esperança de pegar algum cargo. O pacote todo é preparado para isso, uma coisa ajuda a outra. Ele [deputado] vai querer agradar votando à favor da PEC, já agradou votando nessa lei que elimina indicação de pessoas técnicas, de pessoas de carreira, e passa a ser as indicações da companheirada. É isso que o PT gosta muito de fazer. Eles sempre fazem, o PT é especialista em fazer um discurso de um jeito, mas quando chega no poder eles agem completamente diferente”.
“Nós estamos vendo que há um esforço concentrado daqueles que querem aprovar essa ‘PEC do rombo’, no sentido de fazer ensaios no plenário. O primeiro ensaio foi dessa votação, colocando a classe política em primeiro lugar nas estatais. Nós já conhecemos essa história, essa história é antiga. Eles fizeram isso no governo que estiveram 14 anos no poder, e deu no que deu. Na Lava Jato, no Petrolão e todo esse processo de corrupção. Foi no governo Temer que foi retirada essa questão de indicação de político. Era para indicar pessoas de carreira. Aliás, o PT sempre defendeu as pessoas de carreira, só que quando chegam no poder eles adoram ter nomeação de cargo de confiança ou livre nomeação”, argumentou.
O parlamentar reiterou que a votação da PEC do Rombo pode acontecer em qualquer momento e que a oposição ao governo eleito está se articulando para conseguir barrar a proposta: “Daqui a pouco temos a sessão no Congresso, onde deveremos votar. Nós estamos fazendo um esforço muito grande para ter os votos suficientes, porque nós precisamos ter mais de 150 votos para termos uma esperança de que essa PEC não passe. É um desrespeito aos deputados eleitos, que são entorno de 150, que a gente tenha uma votação engessando o próximo mandato. É nesse sentido que estamos fazendo esse esforço concentrado aqui, o Partido Liberal, o partido do Bolsonaro, com certeza está firme e forte para que a PEC do rombo não passe na Câmara Federal”.
“Fizemos uma emenda que ficaria R$ 45 bilhões e resolveria os R$ 600. Eles usam muito essa história de dizer que o presidente Bolsonaro tinha prometido. O presidente Bolsonaro nunca falou em furar o teto, ele tinha prometido os R$ 600. Mas, hoje, nós estaríamos trabalhando dentro da responsabilidade fiscal e buscando, dentro do próprio orçamento, os recursos que faltavam para completar os R$ 600. Nunca falamos em furar o teto. O PT é especialista nisso, eles gostam de gastar, mas nunca dizem que para gastar você tem que trabalhar. Se eles aprovarem essa PEC, pode aguardar, vem aí aumento de impostos, que é o que eles gostam muito de fazer. Fazer reforma tributária para aumentar impostos”, declarou. Confira a entrevista completa no vídeo abaixo.