Com interesses comerciais no país de Xi Jinping, Tim Cook ficou calado
Foto: Reprodução/Fox News/Twitter
O presidente-executivo da Apple, Tim Cook, se recusou a responder perguntas de uma jornalista da Fox News sobre protestos na China, onde está localizada a Foxconn, uma espécie de terceirizada que produz 70% dos iPhones comercializados no mundo.
Cook foi abordado pela repórter Hillary Vaughn quando ele saía de uma reunião com legisladores americanos em Washington. Ela perguntou se o executivo da Apple apoiava “o direito do povo chinês de protestar”, se tinha “alguma reação sobre os trabalhadores da fábrica que foram espancados e detidos por protestar contra os bloqueios do covid”, se se arrependia “de restringir o acesso aéreo que os manifestantes usaram para escapar da vigilância do governo chinês”.
O presidente-executivo da Apple ficou calado diante de todas as perguntas. A repórter também questionou se Cook achava “problemático fazer negócios com o Partido Comunista Chinês quando eles suprimem os direitos humanos”. Mais uma vez, ele ficou em silêncio, como mostra o vídeo da Fox News, compartilhado por Hillary.
Cerca de 200 mil pessoas trabalham na fábrica taiwanesa Foxconn, localizada na cidade chinesa de Zhengzhou, capital da Província de Henan. Em 23 de novembro, funcionários protestaram em razão da falta de pagamento de um bônus para quem continuasse a trabalhar, mesmo com as restrições da covid, permanecendo na empresa.
Os funcionários também protestaram contra as rígidas políticas de controle da covid. Os protestos, segundo a imprensa internacional, foram violentamente reprimidos, e houve registro de pessoas feridas.
Os protestos na China se intensificaram no fim de semana nas principais cidades do país, incluindo Pequim, Xangai e Wuhan, e em campi universitários. De acordo com relatos da mídia, uma manifestação em Xangai acabou se transformando em caos, com a polícia entrando em confronto com os manifestantes e disparando spray de pimenta.
Até mesmo jornalistas foram algemados e presos. A BBC informou que um correspondente a seu serviço foi chutado por policiais.
As manifestações contra a política de covid zero começaram depois que dez pessoas morreram em um incêndio em um prédio residencial em Urumqi, capital de Xinjiang. Vídeos do incidente postados nas mídias sociais geraram acusações de que os bloqueios contribuíram para as mortes. Moradores da cidade foram trancados e impedidos de deixar suas casas por até 100 dias de cada vez.
Revista Oeste