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Para driblar a crise energética que começou há alguns anos por causa do discurso ambientalista, acentuada pela invasão da Rússia à Ucrânia, a Alemanha vai aumentar sua dependência do carvão. De modo a evitar as “mudanças climáticas”, o país havia se comprometido a reduzir a emissão de gases de efeito estufa até 2043. As metas, contudo, podem não se concretizar a tempo.
Há pelo menos seis anos, o país vem queimando combustível fóssil em ritmo mais acelerado que os demais países da Europa, informou levantamento da agência de notícias Bloomberg, publicado na semana passada.
Na quinta-feira 22, a empresa de combustíveis Uniper SE anunciou a extensão das atividades de duas usinas de carvão até março de 2024. O objetivo é garantir o aquecimento às famílias alemãs, dependentes do gás russo.
“Todo mundo está mantendo suas metas climáticas, mas é verdade que, quando se enfrenta o dilema de manter as luzes acesas ou diminuir as emissões de carbono, a escolha é manter as luzes acesas”, admitiu Carlos Fernandez Alvarez, chefe de gás, carvão e poder na Agência Internacional de Energia.
A Alemanha gera mais de um terço de sua eletricidade a partir de usinas movidas a carvão, de acordo com o Destatis, o escritório federal de estatísticas do país. No terceiro trimestre, sua eletricidade a partir do combustível foi quase 15% maior do que no mesmo período do ano anterior, informou a agência.
“A eliminação do carvão idealmente até 2030 não está em questão”, comunicou o Ministério da Economia. “No contexto da situação de crise, o mais importante é que, aparentemente, conseguimos consumir significativamente menos energia em 2022, especialmente gás natural.”
Em outubro, a militante de esquerda Greta Thunberg criticou a Alemanha pela decisão de voltar a queimar carvão. “Acho uma péssima ideia focar no carvão, quando a energia nuclear já existe”, disse. A ativista é uma das porta-vozes em prol da energia limpa. Ao ser interpelada sobre a crise energética, disse que o debate “está infectado”.
Créditos: Revista Oeste.