Hegemonia tucana foi quebrada no estado
O governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), inicia nesta quinta-feira (17), a primeira transição de governo no estado de São Paulo após 28 anos. O PSDB deixa o comando do Executivo estadual e passa o bastão para outra legenda escolhida nas urnas após sucessivos titulares tucanos, em série inaugurada por Mário Covas em 1998.
A primeira reunião formal ocorreu na tarde desta quinta com a participação do governador Rodrigo Garcia (PSDB), do coordenador de transição, Guilherme Afif Domingos (PSD), e do atual secretário de Governo, Marcos Penido, indicado por Garcia para conduzir o processo. O encontro acontece quase três semanas após a eleição no Palácio dos Bandeirantes. Tarcísio esteve em férias nos Estados Unidos e ainda passou por Brasília antes de iniciar a transição em São Paulo.
Ao contrário do que ocorre na esfera federal, São Paulo não tem uma lei que rege a transição entre governos. Há apenas um decreto que faculta ao eleito manifestar interesse na composição de uma equipe.
Isso faz com que seja incerto o número de pessoas que de fato devem compor o processo de transição no estado. Há a expectativa, porém, que alguns quadros cotados para cargos em secretarias acompanhem as discussões.
Tarcísio já indicou nomes que estarão no governo, como Guilherme Afif, o médico Eleuses Paiva, Rafael Benini, que atuou na Agência de Transporte do Estado de São Paulo, e a engenheira Priscilla Perdicaris.
Apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), o ex-ministro chega às negociações sob pressão pelo loteamento de cargos estratégicos. Parlamentares do PL discutem nomes que poderiam compor o novo governo, entre eles, o da deputada federal Rosana do Valle. Também citado por deputados do partido de Bolsonaro e eleito pela sigla, o ex-ministro Ricardo Salles disse não ter interesse em secretarias em São Paulo.
O comando da Secretaria de Segurança Pública também segue indefinido. O deputado Capitão Derrite (PL), que esteve próximo a Tarcísio ao longo da campanha, é um dos cotados ao cargo, mas o nome ainda sofre resistências. Pessoas próximas à transição afirmam que os postos não estão definidos e que Tarcísio vai manter o perfil técnico do secretariado, como prometeu antes de eleito.
Esta é a primeira reunião oficial de Tarcísio com representantes do atual governo. O PSDB almeja manter algumas posições na máquina pública. O governador eleito já disse que não quer seguir com os atuais secretários tucanos na chefia de algumas pastas, mas admitiu a possibilidade de quadros técnicos permanecerem em setores do segundo e terceiro escalão da administração pública.
*AE