Nos últimos meses, a contraofensiva ucraniana no sul vem dando a esperança de uma virada na guerra. Em outubro, a Rússia sofreu dois golpes importantes, a explosão na ponte da Crimeia e um ataque com drones à sua frota do Mar Negro, que levou a uma suspensão temporária do acordo que tinha assinado com Ucrânia, ONU e Turquia para facilitar a exportação de grãos ucranianos.
Entretanto, o maior revés foi a retirada de tropas russas da cidade de Kherson, na semana passada, até agora o ápice de um movimento de retomada do controle da província por parte da Ucrânia: era a única capital regional que Moscou havia capturado desde o início do conflito deste ano.
“A capacidade da Rússia de sustentar suas forças na margem oeste do rio Dnieper foi colocada sob pressão por ataques ucranianos às suas rotas de reabastecimento”, destacou um relatório da Inteligência Britânica.
“Ao recuar, as forças russas destruíram várias pontes e provavelmente colocaram minas para retardar e atrasar o avanço das forças ucranianas. A perda da margem oeste de Kherson provavelmente impedirá a Rússia de alcançar sua aspiração estratégica de uma ligação terrestre que chegue a Odesa”, acrescentou o comunicado.
Pode haver alguma justiça poética na Rússia estar começando a perder a guerra pelo sul, onde começou a minar a integridade territorial ucraniana há quase nove anos, e o presidente Volodymyr Zelensky destacou em agosto que a Crimeia não foi esquecida.
“Não esqueceremos que a guerra russa contra a Ucrânia começou com a ocupação da Crimeia. Esta guerra russa começou com a Crimeia e deve terminar com a Crimeia – com sua libertação”, garantiu.