O senador alagoano Renan Calheiros (MDB-AL) não deseja que o novo governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), faça acordo com o centrão para aprovar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da transição.
“É desnecessário”, disse o aliado do petista em entrevista à CNN Brasil nesta sexta-feira, 4. “Não precisa. Basta fazer consulta ao Tribunal de Contas da União e editar uma Medida Provisória quando tomar posse.”
Segundo o ex-presidente do Senado Federal, o ajuste no orçamento por meio de uma Medida Provisória iria salvar a nova gestão de depender dos votos de partidos que são base de sustentação do governo do atual presidente, Jair Bolsonaro (PL). Trata-se das legendas PP e PL.
“Os blocos devem ser feitos com objetivos comuns e, nesse primeiro momento, deixaríamos de lado aqueles que se beneficiaram e flertaram com o fascismo”, avaliou Calheiros.
A rejeição do senador está relacionada com a escolha dos próximos comandos da Câmara e do Senado. O inimigo político do aliado de Lula é o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Para Renan Calheiros, o novo governo não deve começar com os “mesmos erros”, disse ao referir-se às negociações com o centrão.
PEC da transição
Defendida pelo vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), e pelo senador piauiense Marcelo Castro (MDB-PI), relator-geral do Orçamento de 2023, a PEC da transição deve ser entregue até a próxima terça-feira 8. A proposta vai garantir, entre outras medidas do novo governo, a manutenção do Auxílio Brasil de R$ 600.
Segundo o senador eleito Wellington Dias (PT-PI), escalado por Lula para tratar das negociações do orçamento, nessa fase a equipe delineou os pontos considerados críticos para que a PEC tenha os valores definidos. A proposta trará os temas que governo considera necessários para cada área prioritária do plano de governo petista, como a farmácia popular, investimentos na educação, merenda escolar, entre outros.