O primeiro-ministro do Peru, Anibal Torres, renunciou ao cargo. O pedido foi aceito pelo presidente Pedro Castillo nesta sexta-feira, 25. Torres, um fiel aliado de Castillo, é o quarto nome a abandonar o governo de esquerda, que está no poder desde julho de 2021.
Com a renúncia, Castillo, que vive uma longa batalha entre os poderes Executivo e Legislativo, terá de reorganizar seu gabinete mais uma vez.
Anibal Torres havia desafiado o Congresso — controlado pela oposição — a um voto de confiança na semana passada. Mas os parlamentares se recusaram a realizar tal votação ontem. O instrumento do voto de confiança visava pressionar o Congresso em meio às tensas relações entre os dois poderes. Se o pedido fosse rejeitado, Torres e todo o gabinete de ministros teriam sido forçados a renunciar. Na semana passada, Torres disse que interpretaria a ausência de votação como equivalente à rejeição do voto de confiança.
Castillo, no cargo desde julho de 2021 para um mandato de cinco anos, já enfrentou duas tentativas de impeachment pelo Congresso, e responde a seis investigações fiscais por suposta corrupção envolvendo sua família e seu grupo político.
“Tendo aceitado a renúncia do primeiro-ministro, a quem agradeço por seu trabalho em nome do país, renovarei o gabinete”, disse Castillo em um discurso transmitido nacionalmente pela televisão. “Peço ao Congresso que respeite o Estado de Direito, os direitos do povo, a democracia e o equilíbrio dos poderes do Estado”, acrescentou Castillo.
