A China está testemunhando uma raríssima onda de protestos em várias cidades contra seus governantes.
Os manifestantes pedem o fim dos frequentes lockdowns e da política de tolerância zero contra a Covid-19.
Os protestos estão acontecendo em várias cidades chinesas, incluindo a capital, Pequim, e a maior metrópole e capital financeira do país, Xangai. Várias capitais de províncias também estão sendo abaladas pelos manifestantes.
Protestos localizados, por questões pontuais, acontecem no país em algumas ocasiões.
Mas uma onda de eventos tão espalhados e com um forte tom político não acontece publicamente na China continental desde o massacre da Praça da Paz Celestial, a Tiananmen Square, em 1989.
Na ocasião, o Exército chinês reprimiu com extrema violência os protestos de estudantes que pediam mais democracia e que durou seis semanas na praça, que fica no centro de Pequim.
Centenas de pessoas foram mortas e milhares presas pela repressão que seguiu aos protestos.
Mais recentemente, em 2019 e 2020, a população de Hong Kong, uma ex-colônia britânica, também se levantou contra as ordens autoritárias vinda de Pequim –especialmente depois de uma lei ser aprovada permitindo a extradição de suspeitos de crimes para a China continental sob certas circunstâncias.
Hong Kong sempre teve regras diferentes da China continental, mas isso acabou a partir de 2019. A população, então, começou uma série de protestos que durou meses –e acabou com uma grande repressão das autoridades chinesas, que prenderam e extraditaram manifestantes.
Os protestos de momento no país ainda não tomaram proporções tão grandes. Mas a mídia internacional mostrou que, em vários casos, pessoas comuns pedem a renúncia do presidente do país, Xi Jinping, e o fim da ditadura do Partido Comunista da China –que já dura 73 anos.
Testemunhas desses pedidos se disseram chocadas, já que esse tipo de manifestação numa ditadura como a chinesa pode levar a anos de prisão –ou até à pena de morte.
Como era esperado, a polícia já recebeu ordens para acabar com os protestos a todo custo, e muitas pessoas já foram detidas. Entre elas, um correspondente da BBC, a empresa de comunicação pública do Reino Unido.
A repressão da ditadura chinesa deve aumentar ainda mais, na tentativa de sufocar mais um protesto contra a falta de liberdades e democracia no país.
CNN Brasil