Ivan está preso desde 22 de julho deste ano
Foto: Reprodução/redes sociais
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu, na sexta-feira 11, manter a prisão preventiva de Ivan Rejane Forte Boa Pinto, 46 anos. Em 22 de julho deste ano, o homem foi detido por prometer “caçar” o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e aos ministros da Suprema Corte.
O magistrado decretou a prisão preventiva do homem, em 31 de julho. Ivan fazia parte de um grupo no Telegram intitulado de “caçadores de ratos do STF”.
“Mantenho a prisão preventiva de Ivan e determino à Polícia Federal (PF) que, no prazo de 30 dias, proceda à oitiva de todos os usuários identificados com os quais o investigado manteve contato por WhatsApp, que identifique os usuários que forneceram os seus números em cadastros do Telegram e identifique mediante a ação de diligências em todas as fontes dos usuários participantes do grupo “caçadores de ratos do STF.”
De acordo com um pedido feito pela PF, em 14 de setembro, é possível localizar cerca de 140 usuários que fazem parte do grupo, mas sem identificar os integrantes ou ex-integrantes.
O ministro ainda afirma no documento que o inquérito em andamento “demonstra uma possível organização criminosa que tem por um de seus fins desestabilizar as instituições republicanas”.
Moraes também argumenta que a permanência da prisão do homem, que prometeu “caçar” Lula, é a “única medida capaz de garantir a ordem pública e a conveniência da instrução criminal, especialmente com o prosseguimento da perícia técnica, capaz de apontar com maior precisão a extensão e níveis de atividade da associação criminosa que se investiga”.
Relembre o caso
Em 22 de julho, Moraes determinou a prisão temporária de Ivan. O homem foi detido em Belo Horizonte (Minas Gerais), pela PF. O preso tentou ser vereador na capital mineira em 2020, com o nome “Ivan Papo Reto”, pelo então pelo PSL, que hoje compõe o União Brasil — mas obteve apenas 189 votos.
Além da prisão, Moraes determinou a busca e apreensão de “armas, munições, computadores, tablets, celulares e outros dispositivos eletrônicos” em poder de Ivan.
O ministro também solicitou que o Twitter, o YouTube e o Facebook bloqueiem os perfis do ex-candidato, além de pedir que o Telegram bloqueie um grupo administrado pelo investigado. O que logo foi acatado.
Em um vídeo que circula nas redes sociais, citado na decisão de Moraes, Ivan afirmou que Lula deveria andar com segurança, porque ele iria “caçá-lo” e também os deputados federais Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente do PT, e Marcelo Freixo (PSB-RJ).
Na mesma gravação, o preso ainda diz que vai “caçar” ministros do STF e cita os nomes de Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Gilmar Mendes, Luís Roberto Barroso, Luiz Edson Fachin, Luiz Fux, Ricardo Lewandowski e Rosa Weber.
Em 31 de julho, a PF pediu ao Supremo a decretação de prisão preventiva de Ivan. Em seguida, Moraes acatou a solicitação, decretando a medida. Segundo a polícia, o material apreendido na residência do preso contém elementos informativos que demonstram a prática de crimes.
“A análise do aplicativo de mensagens WhatsApp instalado no aparelho celular apreendido identificou várias trocas de mensagens relacionadas ao objeto da presente investigação”, informou a PF no documento enviado à Corte.