Principais regiões afetadas foram Sul de Minas, Zona da Mata e Alto Paranaíba, segundo balanço da Emater
Os registros de chuva de granizo nos últimos dias em cidades do Sul de Minas, Zona da Mata e Alto Paranaíba podem ter comprometido lavouras de milho, café e soja. Uma projeção do Sindicato dos Produtores Rurais de Alfenas, divulgada pela Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (Faemg) indica que as perdas podem chegar a 60% do total produzido.
Desde o início da semana, cidades como Piraúba, na Zona da Mata, Campos Gerais no Sul, Uberaba no Triângulo, e Lagoa da Prata no Centro-Oeste foram afetadas. “As perdas podem chegar a 60% devido ao período da cafeicultura, pois atingiu o grão em formação. E o que não foi para o chão ficou machucado, o que impacta na qualidade da próxima safra”, explica Elvira Alice de Souza, presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Alfenas.
De acordo com o vice-presidente de Finanças do Sistema Faemg, Renato Laguardia, a instituição está trabalhando no levantamento das culturas atingidas e nas estimativas de prejuízos em curto, médio e longo prazo. “Tivemos o relato de que os danos foram enormes em pastagens, produções de café e outros grãos. Estamos atentos, nos reunindo com a CNA, órgãos municipais, estaduais e federais, no sentido de buscar soluções conjuntas que minimizem os danos aos nossos produtores rurais”, disse em comunicado divulgado pela Faemg.
Conforme a Federação, os prejuízos podem ser minimizados pelos produtores utilizando algumas medidas como o seguro rural, a renegociação de dívidas e o acesso a financiamento para a recuperação de áreas danificadas. “O primeiro passo para que o produtor rural pleiteie a prorrogação ou renegociação de operações com credores é obter um laudo técnico que comprove a dimensão das consequências do evento climático em sua propriedade”, aconselha a Faemg.
De acordo com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG), os produtores atingidos que contrataram crédito rural devem recorrer às instituições financeiras. “Eles devem comunicar as perdas ao agente financeiro, o mais rápido possível. A empresa alerta para que os agricultores evitem qualquer atitude precipitada, sendo o mais indicado procurar por assistência técnica especializada”, complementa o texto.
Os prefeitos também devem ser acionados para que decretem situação de emergência ou calamidade pública, em razão da extensão dos danos. Isto é muito importante para políticas públicas, crédito rural e até mesmo tributos como o Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR).