Para a primeira-ministra, Giorgia Meloni, Estado deve garantir renda a quem não pode trabalhar
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Os italianos com seguro-desemprego que recusarem ofertas razoáveis de emprego terão os pagamentos da previdência social revogados. Foi isso que anunciou a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, nesta semana, ao apresentar o Orçamento para 2023. No cargo há um mês, a governante, de direita, acredita que o Estado deve garantir renda apenas a quem não pode trabalhar, e não a quem simplesmente não quer trabalhar.
De acordo com números divulgados pela imprensa internacional, cerca de 3,5 milhões de italianos desempregados recebem € 780 por mês (R$ 4,4 mil), o que perfaz mais de € 2,7 bilhões (R$ 15 bilhões) de gastos mensais do governo. Essa renda foi introduzida pelos governos anteriores, que tinham o apoio do Movimento Cinco Estrelas (M5S), de esquerda, e esteve no poder entre 2018 e 2021.
Segundo a imprensa, Giorgia afirmou que o pagamento, distribuído generalizadamente, sem critérios, “recompensa a preguiça” e permite muitos excessos. Por isso, uma das condições será retirar o benefício de quem recusar oferta de emprego razoável.
Na terça-feira 22, ao anunciar o Orçamento do ano que vem, a primeira-ministra afirmou que era errado “colocar as pessoas que podem trabalhar no mesmo nível daquelas que não podem”. “A vontade do governo é proteger quem não pode trabalhar: os deficientes, os idosos, as famílias sem rendimentos com menores dependentes, e vamos acrescentar as grávidas”, declarou. “Para quem está em condições de trabalhar, o Rendimento de Cidadania será extinto no fim do próximo ano.”
Giorgia também disse que o benefício não poderá ser recebido por mais de oito meses seguidos e outra condição será “a obrigatoriedade de presença em território nacional para quem aufere o rendimento”. O sistema de benefícios aos desempregados deve passar por uma revisão no início de 2024.
Orçamento para 2023
Quanto ao Orçamento, o governo italiano está prevendo corte de impostos para autônomos e empregados e aumento da alíquota para as empresas de energia, de 25% para 35%. Alguns produtos considerados essenciais, como itens higiênicos e para bebês, também terão corte de impostos.
O novo governo também reduziu de 64 para 62 anos a idade com que os cidadãos podem sacar suas aposentadorias, desde que tenham pago contribuições em pelo menos 41 anos.