Pela primeira vez desde a redemocratização do país, um mandato de governo federal será passado para outro presidente com uma taxa de encarceramento e número de presos detidos em celas menor do que o encontrado no início de gestão.
Entre dezembro de 2018 e junho de 2022, a população carcerária brasileira caiu 11,1%, ou seja, de 744,2 mil para 661,9 mil pessoas detidas. Os dados são do Depen (Departamento Penitenciário Nacional), ligado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Nas trocas de governo desde 1990, o presidente da República sempre entregou a seu sucessor uma taxa maior de pessoas encarceradas se comparada com a que havia recebido ao assumir.
Em 2023, porém, ocorrerá algo inédito na passagem da faixa de Jair Bolsonaro (PL) para Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A taxa de encarceramento por 100 mil brasileiros, que era de 356 em dezembro de 2018, caiu para 310 em junho. A tendência é de queda, já que em 2021 o número havia fechado em 318.
A maior alta de população carcerária ocorreu, inclusive, na gestão dos dois primeiros mandatos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010). Ele recebeu o governo com uma taxa de encarceramento de 137 presos para cada 100 mil habitantes em dezembro de 2002. Em dezembro de 2010, essa taxa havia saltado para quase o dobro, ficando em 260.
O Ministério da Justiça foi procurado para comentar os dados, mas não respondeu até a última atualização deste texto.