Em agosto deste ano, a PF encerrou o inquérito que apurava o suposto tráfico de influência do filho do presidente Jair Bolsonaro
Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil
A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara aprovou, nesta quarta-feira, 23, a convocação do ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno. Ele terá de explicar sua suposta interferência na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) em uma investigação que mirava Jair Renan Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro (PL). O ministro ainda deve depor sobre os atos do 7 de Setembro e sobre “violência política”.
Em agosto deste ano, a Polícia Federal (PF) encerrou o inquérito que apurava o suposto tráfico de influência de Renan. A investigação tentava esclarecer se o filho do presidente usou o acesso ao Palácio do Planalto para se beneficiar.
Em abril, Renan prestou depoimento à PF e negou ter recebido vantagens de um grupo empresarial do setor de mineração por ser filho de Bolsonaro. Além da apuração sobre tráfico de influência, o inquérito também apurava uma possível lavagem de dinheiro.
A investigação foi aberta depois que o jornal O Globo fez uma reportagem informando que Renan teria recebido um carro elétrico, de R$ 90 mil, do grupo Gramazini Granitos e Mármores Thomazini, em setembro de 2020. Depois, ele teria presenteado seu personal trainer,Allan Lucena, com o veículo. Um mês após a doação, a empresa agendou um encontro com o ministro Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional, e com Renan.
Segundo o jornal, a PF informou que a Abin “atrapalhou” a investigação contra o filho do presidente. Um integrante da Abin disse ter sido orientado a levar informações sobre o inquérito aos investigados para “prevenir riscos à imagem do presidente Bolsonaro”.