Foto: Raphael Vasconcelos/VEJA.
Para o escritor Geovani Martins, “a proibição das drogas é a justificativa das chacinas que ocorrem no Brasil”. Suas colocações a respeito de questões sociais foram expostas durante sua participação 20ª Festa Literária Internacional de Paraty, conhecida como Flip, nesta sexta-feira (25/11).
O autor de 31 anos, que já morou na favela da Rocinha e no Vidigal, no Rio de Janeiro, disse que pretende escrever um livro de não-ficção sobre o tema. Ele defende que a “droga é um portal de flexão e empatia”.
“Quero fazer um livro de não-ficção sobre o assunto. O Brasil constrói discursos descolados da realidade. A proibição das drogas é a justificativa das chacinas que ocorrem no Brasil. Duvido que estaríamos assim como sociedade se todo mundo pudesse usar um cogumelo. Droga é um portal de flexão e empatia. Criança gosta de açúcar, é a única droga que ela pode usar, olha a alegria que ela fica.”, argumentou.
Martins diz que a literatura, seu campo de atuação, é uma arma.
“É uma arma, uma forma de luta contra as limitações que a sociedade tenta me impor. Arma contra ideias erradas, concebidas para desfavorecer negros, favelados.” afirmou.
O escritor também apontou as cracolândias como resultado da falta de legalização das drogas.
“Um discurso abusivo tenta justificar que isso permitiria o acesso de playboys às drogas, mas isso já acontece normalmente […] Cracolândias nascem a partir do descaso dos governos. E, se hoje o Brasil tem a terceira maior população carcerária do mundo, uma das causas principais é o descontrole das drogas.” apontou.
O vereador Carlos Bolsonaro reagiu às colocações de Giovani nas redes sociais.
“Tudo pela democracia e a harmonia entre os Poderes!”, escreveu.
Créditos: Pleno News.