Usuários acusaram plataforma de desrespeitar direito à liberdade de expressão
O bilionário Elon Musk, dono do Twitter, afirmou no domingo (6.nov) que vai analisar uma suposta censura praticada pela plataforma. A afirmação foi feita em resposta a usuários que acusaram a rede social de desrespeitar o direito à liberdade de expressão.
“Ei, Elon Musk, sua empresa vem impondo uma censura ideológica draconiana ao direito de liberdade de expressão do povo brasileiro. Estamos em um momento crítico da nossa história! O que está acontecendo? Achamos que você comprou o Twitter exatamente por esse motivo! Levante-se e levante-se contra a censura AGORA!”, escreveu um direitista ao comentar sobre um tweet no qual são elencados perfis suspensos na rede, como o da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), o do deputado federal eleito Nikolas Ferreira(PL) e o do economista Marcos Cintra.
Na sequência, Musk perguntou: “A que censura você se refere?”. Em resposta à indagação, o jornalista Paulo Figueiredo Filho escreveu: “É claro que o Twitter precisa obedecer às decisões do ‘tribunal’ brasileiro. Mas a empresa foi além, impondo espontaneamente sua própria censura, ainda mais rigorosa do que a de nossos tribunais falhos. Seus moderadores estão sendo mais ditatoriais do que nossos próprios tribunais!”. Diante da acusação, o dono do Twitter afirmou apenas “Vou analisar isso”.
As contas de Zambelli, Nikolas Ferreira e Marcos Cintra foram suspensas por ordem do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). No caso da primeira, a determinação veio após a parlamentar incentivar paralisações de caminhoneiros com teor golpista. A de Nikolas foi suspensa depois que ele fez algumas publicações com informações falsas sobre a apuração de votos das eleições pela Justiça Eleitoral. Já a de Cintra foi retirada do ar, segundo o presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, porque ele fez publicações com questionamentos sobre o funcionamento das urnas eletrônicas e sobre a apuração da eleição; de acordo com o ministro, Cintra se utiliza de suas redes sociais para “atacar as instituições democráticas, notadamente o Tribunal Superior Eleitoral, bem como o próprio Estado democrático de Direito, o que pode configurar, em análise preliminar, crimes eleitorais”.