Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados
Deputado que foi autor do pedido de comissão diz que ainda conversará com Arthur Lira, e não descarta que CPI seja remontada em 2023
A decisão sobre se e quando a CPI do Abuso de Autoridade do Judiciário será aberta irá ficar para a semana que vem, revelou o deputado federal Marcel Van Hattem (NOVO-RS), o autor do requerimento de investigação. Em entrevista a O Antagonista, o parlamentar disse que ainda conversará com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sobre o tema.
“Conversei com o Arthur ontem, por telefone, onde eu disse que estava com as 181 assinaturas para a CPI. Ele disse estar ciente, mas que iríamos conversar na terça-feira (29)”, disse o deputado. Lira está em viagem oficial ao Catar, acompanhando a Copa do Mundo.
Van Hattem disse ser fundamental que a comissão seja instalada logo porque, em sua visão, o Judiciário estaria cometendo “atos que são recorrentes” em termos de suposta violação de competência do Judiciário. Ele citou como exemplo o caso do PL e a multa de R$ 22,9 milhões imposta ao partido. “O Parlamento precisa retomar seu papel”, repetiu o gaúcho.
No entanto, uma futura CPI enfrenta um entrave: se instalada agora, precisa ser concluída até fevereiro, quando acaba a legislatura. Ou então pode ser instalada apenas em fevereiro, o que esfriaria seus ânimos. O deputado considera possível ambas as propostas.
“O ideal é que ela conclua nesse mandato”, disse, “Se for necessário que ela seja prorrogada [a um próximo mandato], parece bastante razoável supor que a CPI continue operando até o final das investigações”. Apesar de ser protocolada com 181 assinaturas, Van Hattem disse que a CPI teve o apoio “simbólico” de mais dez parlamentares – e que três deputados gaúchos que tomam posse em 2023 disseram que irão apoiar a continuidade da investigação.