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A população cubana vai às urnas neste domingo (27) para eleger os representantes distritais no país. Entretanto, a oposição está pedindo aos cubanos que se abstenham de votar, alegando que seus candidatos foram impedidos de participar do pleito.
Cerca de 26.746 candidatos concorrem a 12.427 cargos distritais na eleição deste domingo.
A campanha é proibida em Cuba, e os candidatos aos cargos distritais são indicados em reuniões de bairro.
Desde os protestos contra o governo que começaram em 11 de julho de 2021, as autoridades julgaram e prenderam centenas de cubanos por crimes que vão desde conduta desordeira a vandalismo, aumentando o temor sobre a dissidência. Outros alegam ter sido forçados ao exílio.
O governo cubano vê isso de maneira diferente. Cuba há muito vê a atividade da oposição como subversiva e costuma dizer que é financiada fora da ilha para fomentar a agitação. A constituição de Cuba, aprovada em 2019, declara seu sistema socialista “irrevogável”.
“Qualquer cidadão cubano pode ser indicado”, disse Yuliesky Amador, professor de direito da Universidade de Artemisa, em Cuba, à Reuters.
Mas Cuesta Morua disse à Reuters que há uma diferença entre a lei e a prática. Ele disse que a segurança do Estado de Cuba impediu que três candidatos da oposição com as melhores chances de vitória participassem de suas respectivas assembleias.
Como resultado, o ativista disse ter conhecimento de apenas um candidato da oposição – um padeiro de 30 anos chamado José Antonio Cabrera, de Palma Soriano, no extremo leste de Cuba – entre mais de 26.000 indicados.
O governo não respondeu a um pedido de comentário sobre as alegações de Cuesta Morua. A Reuters não conseguiu verificar de forma independente suas alegações.
Oposição
Muitos ativistas, na ausência de candidatos da oposição, pediram que os cubanos se abstivessem de votar.
O grupo de oposição Archipielago, cujos membros estão principalmente fora de Cuba, pediu aos eleitores que fiquem em casa, anulem ou deixem as cédulas em branco.
A abstenção tem aumentado nos últimos anos. A Constituição de Cuba de 1976 foi aprovada por 98% dos eleitores, com 98% de participação, enquanto a Constituição de 2019 foi aprovada por quase 91% dos eleitores, com participação caindo para 84%.
A votação do final de setembro sobre o Código da Família Cubana caiu mais vertiginosamente, com 67% de aprovação do código apoiado pelo governo. A participação caiu para 74%, alta para os padrões internacionais, mas uma baixa sem precedentes em Cuba.
Com informações da CNN.