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Com o resultado das eleições de meio mandato (midterms) nos Estados Unidos, que deram maioria aos republicanos na Câmara dos Representantes, o presidente Joe Biden e sua família poderão ser alvo de investigação pelo Legislativo — um procedimento semelhante à comissão parlamentar de inquérito (CPI) do Congresso brasileiro poderá ser instaurada.
O deputado James Comer, de Kentucky, principal republicano no Comitê de Supervisão da Câmara, disse que na próxima legislatura esse órgão “avaliará o status do relacionamento de Joe Biden com os parceiros estrangeiros de sua família e se ele é um presidente comprometido ou influenciado por dólares e influência estrangeiros”. “Quero ser claro: esta é uma investigação de Joe Biden e é nisso que o comitê se concentrará neste próximo Congresso”, acrescentou.
A declaração foi dada em uma entrevista coletiva na quinta-feira 17, quando estava ao seu lado outro deputado republicano, Jim Jordan, de Ohio, que deve se tornar presidente do Comitê Judiciário da Câmara. Comer enfatizou que as conexões entre Biden e seu filho do presidente, Hunter Biden, exigem uma “investigação mais aprofundada”.
Até agora, com uma Câmara com maioria de democratas aliados de Biden, a investigação não prosperou.
A principal suspeita é o possível tráfico de influência, já que Hunter Biden fazia parte do conselho da empresa de gás ucraniana Burisma, em 2014, na mesma época em que Joe Biden era vice-presidente de Barack Obama e conduziu a política externa de aproximação entre Estados Unidos e Ucrânia. Um laptop de Hunter, apreendido em 2020, continha mensagens e informações sobre transações financeiras que poderiam incriminar Biden e sua família.
Comer disse que sua equipe conversou com vários denunciantes que estariam envolvidos nos “esquemas da família Biden” e revisou o laptop de Hunter, e precisamente por isso precisa aprofundar as investigações.
Até agora, há mais de 100 relatórios de atividades bancárias supostamente relacionados à família Biden e, segundo Comer, o Departamento do Tesouro ignorou seus pedidos de acesso. Como parte de sua investigação, Comer disse: “Adoraríamos conversar com pessoas da família Biden, especificamente Hunter e Joe Biden.”
A Casa Branca disse que as investigações são politicamente motivadas e uma perda de tempo. “O presidente Biden não vai deixar que esses ataques políticos o distraiam de se concentrar nas prioridades dos americanos, e esperamos que os republicanos do Congresso se juntem a nós para enfrentá-los, em vez de desperdiçar tempo e recursos com vingança política”, disse em um comunicado o porta-voz do escritório do Conselho da Casa Branca, Ian Sams.
Uma porta-voz dos democratas no Comitê de Supervisão da Câmara, Nelly Decker, disse que os republicanos “reformularam os mesmos pontos de discussão partidários” que circulam há anos e que apenas querem “atacar o presidente Biden e sua família em uma tentativa desesperada de devolver Trump ao poder”.
Os promotores federais investigam Hunter Biden desde 2018 e não apresentaram nenhuma acusação até o momento. O deputado Jordan também disse que, sob sua liderança, o Comitê Judiciário da Câmara investigará a suposta politização do FBI, acusação que o órgão nega.
Créditos: Revista Oeste.