Foto: Reprodução Jovem Pan News.
Nesta semana, uma das maiores discussões do cenário político em Brasília foram em relação ao texto da PEC da Transição, que foi apresentada pela equipe do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A proposta foi apelidada por parlamentares opositores ao novo governo de “PEC fura teto”, pois prevê um gasto de quase R$ 200 bilhões para garantir promessas de campanha.
Para comentar o assunto, o Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, entrevistou o deputado federal Bibo Nunes (PL) neste sábado, 19. O parlamentar rejeitou a proposta e criticou o alto valor para benefícios sociais e a ideia de manter o furo no teto por quatro anos: “Não vamos permitir que um desgoverno comece assim desrespeitando o lado fiscal, que é muito importante. É preocupante quando um governo começa desta maneira. Preocupado com o assistencialismo e em garantir os seus votos adiante, e não se preocupando com o futuro do país. Se nós não tivermos um controle fiscal rigoroso vai acontecer o dólar subindo, a bolsa caindo, risco Brasil aumentando e a inflação aumentando. E vai acontecer o que? Mesmo furando o teto e dando esse dinheiro, o Brasil vai acabar quebrando porque não tem mais o controle fiscal”.
“Esta PEC não pode passar em hipótese alguma. É um governo que, antes de assumir, já está mostrando a sua total irresponsabilidade fiscal. Um governo que já se demonstra, como foram das outras vezes, um governo preocupado simplesmente em fazer benesses à população. Durante inúmeros anos os petistas se beneficiaram do Bolsa Família, onde a média era de R$ 193 e as pessoas do Norte e Nordeste se acostumaram a receber essa cota de miséria, se acostumaram com o tempo (…) e não quiseram mais saber de trabalhar. Essa PEC não é para um auxílio, auxílio é por um tempo e não o tempo todo. Imagina pedir quatro anos de fura teto para puro assistencialismo. Quando alguém ganha sem trabalhar, outros trabalham para pagar o salário. Porque isso não é auxílio, já vira um salário de quatro anos. Auxílio é por um tempo e não o tempo todo. O que fazem essas pessoas que trabalham? Começam a se sentir idiotas. Estão trabalhando para pagar quem não trabalha”, criticou.
Para Bibo Nunes os programas sociais deveriam ser temporários e não permanentes: “Eu sou favorável a um auxílio para os necessitados, mas por um tempo, não o tempo todo. Essa é a diferença”. O deputado também falou sobre as recentes falas de Lula contra o mercado financeiro: “É um governo que não tem noção de economia, é um governo que está perdido. O presidente, o descondenado Lula, ele diz que a bolsa cair e o dólar subir, paciência. Ele não tem noção do que é o mercado financeiro. Isso não é no Brasil, é no mundo. O mercado é quem regula. O risco brasil crescendo pelas irresponsabilidades que este governo está demonstrando”.
O parlamentar também comentou as críticas que o ministro da Economia, Paulo Guedes, fez às propostas da equipe de transição e ressaltou que os benefícios sociais deveriam ser temporários.
“Dou razão ao ministro Paulo Guedes ao dizer que existe total desconhecimento desta equipe econômica. Quando eu disse que qualquer estagiário de economia tem noção, não estou dizendo que a equipe econômica não tem esse conhecimento. Evidente que eles tem esse conhecimento muito maior. Mas, eles estão preocupado em agradar o governo, em agradar com clientelismo. Esse exemplo que eu dei de quem trabalha sustentar quem não trabalha, e com o tempo para de trabalhar. Aí começa a queda de uma nação. Isso é muito lógico. Você trabalhando e sabendo que está pagando para outros receberem sem trabalhar. Você vai desanimando e a produção começa a cair. Aqueles que não produzem e não fazem nada vão fazer o que? Quando eu que produzo estou desistindo por desincentivo. O Auxílio é por um tempo, e não o tempo todo. Ou então é salário família”, destacou.
Créditos: Jovem Pan.