Mercado teme pressão do PT por Haddad e lamenta Meirelles dizendo que não é candidato
O mercado financeiro se voltou nesta segunda-feira (7) para possíveis nomes da equipe econômica do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e sobre como o novo governo encontrará espaço no Orçamento para cumprir promessas de campanha que aumentam os gastos públicos.
Analistas atribuíram a queda do mercado a rumores de que a cúpula petista estaria pressionando a nomeação do ex-prefeito Fernando Haddad para comandar a economia, além de uma entrevista do ex-ministro Henrique Meirelles dizendo que não é candidato ao cargo.
O índice Ibovespa fechou em queda de 2,38%, aos 115.342 pontos. O principal destaque negativo foi a queda de 4,06% das ações preferenciais da Petrobras, as mais negociadas da Bolsa. A estatal enfrenta a desconfiança de investidores quanto à condução da empresa pela futura gestão petista.
O dólar comercial à vista avançou 2,41%, cotado a R$ 5,1730, na venda.
“O Haddad cotado para assumir a economia trouxe bastante incerteza para o mercado e esse é o principal ponto”, afirmou Andre Mamed, gestor de portfólios da Lifetime Asset Management. “Outro ponto é que o Meirelles teria descartado assumir como ministro da Fazenda, isso também foi péssimo”, disse.
“A Bolsa devolveu os lucros da semana passada e a justificativa, digamos assim, é a decepção do mercado, que esperava a recondução do Henrique Meirelles para o Ministério da Fazenda”, comentou João Abdouni, analista da INV.
Os analistas disseram que participantes do mercado consideraram uma entrevista dada por Meirelles nesta segunda à Jovem Pan News como uma confirmação de que o ex-ministro pode ter ficado de fora da disputa. “Se eu sou candidato a ministro da fazenda? Não, não sou candidato a ministro”, disse Meirelles.