Ex-prefeito do município fluminense e deputado federal eleito, Washington Quaquá diz já estar preparando estatuto da denominação que será pentecostal
Vice-presidente do PT nacional, o deputado federal eleito Washington Quaquá está articulando junto ao seu grupo político a abertura de uma igreja pentecostal em Maricá, cidade que governou entre 2008 e 2016. Diante da necessidade da esquerda ter um canal de diálogo melhor com o segmento cristão, Quaquá acredita que a iniciativa de ter uma denominação ligada ao partido fará com que a luta por espaço diante desse público seja mais “orgânica”.
Segundo a última pesquisa IPEC divulgada no início da semana, o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem 63% das intenções de votos entre os evangélicos contra 31% do ex-presidente Lula (PT). No primeiro turno, Quaquá organizou a única agenda do petista com pastores na corrida presidencial — o encontro ocorreu em São Gonçalo, cidade caracterizada pela forte penetração das igrejas evangélicas.
Panfleto da igreja Jesus Libertador: vice-presidente do PT prepara estatuto da denominação que será pentecostal — Foto: Divulgação
— Estamos montando o estatuto da igreja e já temos até nome. Será igreja Jesus Libertador. Temos que fazer essa disputa de narrativa na sociedade de maneira mais orgânica — diz Quaquá, já adiantando que a denominação que pretende criar será contra a legalização do aborto e das drogas.
Até agora, o nome “Jesus Libertador” caracteriza um movimento criado no PT do Rio para engajar os filiados evangélicos do partido. Em agendas pelo estado, folhetos do movimento vem sendo distribuídos com mensagens em defesa de Lula e projetando até o que seriam ações de um futuro governo petista em parceria com as denominações. “Estamos incomodados com a mentira disseminada no nosso meio evangélico de que o nosso presidente Lula iria fechar igrejas ou que o PT é o partido do diabo (…). O presidente Lula vai convocar todas as igrejas a participar de um imenso mutirão de combate à fome e de promoção de melhoria de vida do povo mais pobre”, diz um folheto do movimento Jesus Libertador.