Roberto Jefferson (PTB) pode responder por vários crimes cometidos após o ataque que cometeu contra policiais federais neste domingo (23). É difícil prever quais acusações serão feitas pelo Ministério Público, mas alguns pontos podem ser aventados.
O professor de direito processual penal da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Matheus de Castro cita crimes como resistência, com pena de detenção entre dois meses e dois anos, e homicídio tentado, com possível qualificador de uso de explosivos, com pena de doze a trinta anos.
Fatores como possível reincidência, caso Jefferson tenha condenações anteriores, podem ampliar ou diminuir a pena de um a dois terços. “É muito teórico e difícil de prever, depende de vários fatores. Os motivos [de acusação] são muito graves, e o Ministério Público e o juiz leva em consideração várias circunstâncias para determinar a dosimetria [tempo de pena]”, explica.
Tiros de fuzil e granadas
O político de extrema direita Roberto Jefferson disparou mais de 20 tiros de fuzil e lançou duas granadas contra policiais federais, na manhã deste domingo (23). A Polícia Federal foi ao endereço do ex-deputado para cumprir uma ordem de prisão do STF (Supremo Tribunal Federal). O ministro Alexandre de Moraes afirma em sua decisão que Jefferson descumpriu medidas impostas anteriormente pelo tribunal.
Fontes que participam da apuração do caso afirmam que os disparos foram realizados logo no momento da chegada do carro no local.
A ordem do ministro e a operação ocorrem um dia após Jefferson xingar a ministra Cármen Lúcia, ministra do STF (Supremo Tribunal Federal), e a comparou a “prostitutas”, “arrombadas” e “vagabundas” em um vídeo publicado por sua filha Cristiane Brasil (PTB) nas redes sociais.
Após reagir e atacar os policiais, Jefferson divulgou vídeos para afirmar que não se entregaria à polícia e confirma ter atirado contra os policiais.
“Eu não vou me entregar. Eu não vou me entregar porque acho um absurdo. Chega, me cansei de ser vítima de arbítrio, de abuso. Infelizmente, eu vou enfrentá-los”, diz Jefferson em vídeo gravado dentro da casa do ex-deputado, em Comendador Levy Gasparian (140 km do Rio).
Sobre os tiros, um dos vídeos mostra o para-brisa do veículo da PF aparece estilhaçado. “Mostrar a vocês que o pau cantou. Eles atiraram em mim, eu atirei neles. Estou dentro de casa, mas eles estão me cercando. Vai piorar, vai piorar muito. Mas eu não me entrego”, afirma.
Créditos: Portal O Tempo.