O contingente foi realocado em cerca de 900 municípios
Por meio da Operação Acolhida, quase 85 mil venezuelanos já foram realocados para cidades do Brasil. A iniciativa do governo federal recebe cidadãos que fogem da pobreza gerada pela ditadura conduzida pelo socialista Nicolás Maduro no país vizinho.
Esse contingente foi realocado em cerca de 900 municípios do país. Somente em 2022, a Operação Acolhida movimentou por volta de 18 mil venezuelanos.
Do total, aproximadamente 90% viajaram ao Brasil em grupos familiares. O restante chegou à fronteira sozinho. A maior parte dos refugiados se estabeleceu nos Estados da Região Sul.
A população mais expressiva foi para Santa Catarina (16 mil). Paraná aparece tendo recebido o segundo maior número: 14,6 mil. E o Rio Grande do Sul, na terceira posição, acolheu quase 13 mil cidadãos.
Curitiba, capital paranaense, aparece em primeiro lugar na Operação Acolhida entre as cidades que receberam venezuelanos: 5,5 mil. Manaus (AM) fica na segunda posição: 5,3 mil.
A estratégia da Operação Acolhida tem como objetivo oferecer assistência emergencial aos refugiados e migrantes venezuelanos que entram no Brasil pela fronteira com Roraima. Desse modo, o governo brasileiro organiza a chegada, a regularização migratória, a imunização contra doenças e buscando inserção social e econômica. A ação inclui o apoio na procura por emprego e moradia.
De acordo com as estimativas da Organização das Nações Unidas, mais de 5 milhões de pessoas foram forçadas a sair da Venezuela em busca de melhores condições de vida nos últimos anos. O Brasil é um dos cinco destinos mais procurados pelos cidadãos do país vizinho.
Pobreza na Venezuela
Atualmente, 94,5% da população venezuelana vive abaixo da linha da pobreza. A inflação em 2020 foi de quase 3.000% e a de 2021, de pouco menos de 700%. A inflação projetada para 2022 é de 114% ao ano. O salário mínimo é de U$S 39 (incluindo U$S 10 de ajuda-alimentação). Há desabastecimento nos supermercados, e as principais empresas multinacionais do mundo abandonaram o território, pela insegurança jurídica e social.
No ano passado, os venezuelanos perderam em média 10 quilos do seu peso em função da fome — há testemunhos de cidadãos que comeram animais dos zoológicos e cachorros das ruas.