Juiz do TSE citou ‘grave descontextualização’ da propaganda
O ministro Paulo de Tarso Sanseverino, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), determinou a imediata remoção de uma campanha do PT que associa o presidente Jair Bolsonaro ao canibalismo. A liminar foi concedida na noite do sábado 8, depois de a defesa de Bolsonaro acionar a Corte contra a propaganda.
Segundo a campanha de Bolsonaro, o PT usou de “grave e intencional descontextualização como estratégia publicitária” para atacar o presidente.
“Verifica-se que, como alegado, a peça publicitária apresenta recorte de determinado trecho de uma entrevista concedida pelo candidato representante, capaz de configurar grave descontextualização”, reconheceu o ministro do TSE.
Conforme Sanseverino, a campanha petista altera o “sentido original de sua mensagem, porquanto sugere-se, intencionalmente, a possibilidade de o candidato admitir a possibilidade de consumir carne humana”.
O magistrado proibiu a legenda de veicular campanhas com teor semelhante.
Nas imagens veiculadas na TV, os petistas resgataram uma entrevista feita pelo jornal New York Times, de 2016, em que o então deputado Jair Bolsonaro relembra um episódio em que um indígena foi cozinhado pela tribo.
“Morreu um índio e eles estão cozinhando”, lembrou Bolsonaro, na entrevista usada para ligá-lo ao canibalismo. “Eles cozinham o índio. É a cultura deles. Cozinha por dois, três dias, e come com banana. E eu queria ver o índio sendo cozinhado. O cara falou ‘se for, tem que comer’. Eu falei ‘eu como’. Como a comitiva não quis ir, porque tinha que comer o índio, não queriam me levar sozinho lá. Eu comeria o índio sem problema nenhum, é a cultura deles.”