O Ministério Público Federal (MPF) informou que atuou em quatro inquéritos instaurados para investigar as denúncias sobre o tráfico internacional de crianças, desde 1992, na Ilha do Marajó, no Pará. No entanto, nenhuma delas faz menção às torturas citadas pela ex-ministra Damares Alves (PL), senadora eleita pelo Distrito Federal.
No fim de semana, Damares afirmou que crianças da Ilha de Marajó são traficadas e têm os dentes arrancados para não “morderem na hora do sexo oral”. Além disso, que elas só se alimentam de “comida pastosa para o intestino ficar livre na hora do sexo anal”.
Conforme o MPF, a unidade estadual local está aguardando informações da secretária executiva do Ministério da Mulher, Família e dos Direitos Humanos, Tatiana Barbosa de Alvarenga. Tatiana deve explicar os crimes citados pela ex-ministra.
Na terça-feira 11, a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão e o Ministério Público do Estado do Pará também solicitaram as mesmas informações à pasta. “Membros do MPF no Pará, membros do MPPA e a PFDC pedem ao MMFDH que apresente os supostos casos descobertos pelo ministério, indicando todos os detalhes que a pasta possua, para serem tomadas as providências cabíveis”, informou o órgão.
O MPF ainda solicitou que o ministério informe quais providências tomou quando descobriu os casos e se houve alguma denúncia ao Ministério Público ou à polícia. Segundo o órgão, as denúncias recebidas pelo MPF não se tratavam de tráfico internacional de crianças. O MPPA também divulgou uma nota comunicando que, até agora, não recebeu nenhuma denúncia ou prova sobre as falas de Damares.