Em entrevista à CNN neste sábado (15), o economista Alexandre Schwartsman avaliou que a situação econômica da Argentina é reflexo de “décadas de má gestão”.
“O país tropeça de crise em crise há anos, porque a combinação de políticas lá é muito ruim”, comenta o ex-diretor de Relações Internacionais do Banco Central (BC).
“Nenhum governo parece conseguir ajustar esse problema. A análise quanto à Argentina não tem segredo: é simplesmente um país que tem sido mal gerido há décadas.”
A 83% ao ano, a inflação da Argentina é a segunda maior entre as 20 principais economias do mundo, atrás apenas da Turquia, que registra 83,5%. A taxa de juros, principal instrumento de bancos centrais para controlar a temperatura econômica, está em 75% ao ano.
“A perspectiva é que a inflação chegue a 100% ao final do ano, a três dígitos depois de muito tempo. A política monetária é absolutamente inconsistente com o objetivo de trazer a inflação para um mínimo de controle e, para piorar essa questão, o volume de gastos públicos não para de crescer”, diz Schwartsman.
A Argentina passa por um dos momentos econômicos mais delicados da história. De acordo com Juan Frers, professor de economia e impostos da Universidade de Direito de Buenos Aires, a inflação é um dos desafios econômicos mais importantes da economia argentina. “Esse fenômeno gera uma perda direta de capacidade econômica entre os consumidores, afetando diretamente o consumo”, explica.
Por conta desta situação, cidadãos estão recorrendo, inclusive, à reciclagem de lixões ou fazendo fila para levar pertences em clubes de troca.
Créditos: CNN Brasil.