Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo
Em evento em SP, ministro da Economia admite que propostas citadas nas peças publicitárias do PT sobre salário mínimo e inflação existem, mas não têm sua “assinatura” e não devem ser consideradas como decisões tomadas
O ministro da Economia, Paulo Guedes, acusou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de adotar uma campanha que visa “roubar votos das pessoas falando mentiras”, por citar na propaganda eleitoral referências a estudos elaborados por técnicos da equipe econômica que avaliam desatrelar o reajuste do salário mínimo e das aposentadorias da variação da inflação.
Durante evento na capital paulista, o ministro admitiu que as propostas citadas nas peças publicitárias do petista existem, mas não têm sua assinatura e, por isso, não devem ser consideradas como decisões tomadas.
— Não é o meu documento. Tem milhares de estudos no Ministério da Economia. Só é meu quando eu assino — disse.
Em tom exaltado, o ministro atribuiu à campanha do ex-presidente Lula propostas como o fim do regime do Simples Nacional e a cobrança de encargos que recaem sobre empregados formais de trabalhadores informais via PIX. As propostas, no entanto, não são da campanha petista, e sim de um grupo de intelectuais que declarou apoio a Lula. O grupo conta como nomes como Bernard Appy, Pérsio Arida e Sérgio Fausto.
Chamando o grupo de “economistas do Lula”, Guedes afirmou que a imprensa deveria “mandar eles explicarem” as propostas. O ministro voltou a criticar o fato de Lula não ter anunciado quem seria seu ministro da Ecomomia.
O ministro destacou em sua palestra dados como a redução do desemprego “de 14,9% (no início do governo Bolsonaro) para 8,7%” e a recente desaceleração da inflação, que de acordo com Guedes deverá chegar a 5,5% ao ano em dezembro.
Guedes disse que um dos problemas que o governo Bolsonaro enfrenta seria uma série de “fake news” sobre o desempenho da economia brasileira e propostas em estudo pela equipe econômica.
— Como todas as previsões (sobre o desempenho da economia) foram erradas, partiram para a mentira (…) roubando o futuro, roubando o voto das pessoas falando mentiras — disse.
O ministro voltou a prometer que um eventual novo governo Bolsonaro dará ajustes acima da inflação ao salário mínimo, as salários de servidores e a pensionistas do INSS. Guedes disse que impostos sobre lucros e dividendos financiariam as medidas.
— Salário mínimo e aposentadorias vão subir acima da inflação. Isso é a verdade. A mentira é que o governo Bolsonaro não vai dar aumento do salário mínimo, para os idosos. Mentem, roubam a tranquilidade do povo brasileiro — afirmou o ministro.
Segundo Guedes, os servidores “deram sua contribuição” ao ficarem dois anos sem reajustes e que passariam a ter aumento real de salário.