No mês de setembro, Tesouro Nacional e Banco Central tiveram contas positivas de R$ 28,9 bilhões. Em contrapartida, a Previdência, sobretudo o INSS,teve déficit nas contas de R$ 18 bilhões
O governo federal registrou um superávit primário de R$ 11 bilhões em setembro, informou o Tesouro Nacional nesta quinta-feira. Este é o melhor resultado para o mês desde setembro de 2010.
No mês de setembro, Tesouro Nacional e Banco Central tiveram contas positivas de R$ 28,9 bilhões. Em contrapartida, a Previdência, sobretudo o INSS,teve déficit nas contas de R$ 18 bilhões.
Contribuíram para o resultado positivo de setembro o recebimento de dividendos da Petrobras (R$ 12,6 bilhões), o aumento na arrecadação do Imposto de Renda Retido na Fonte (rendimentos de trabalho e ganhos com capital) e o aumento nas arrecadações previdenciárias, fruto do aumento da massa salarial e maior arrecadação do Simples Nacional.
Em contrapartida, houve redução das receitas obtidas com tributos como o IPI e Cofins, que sofreram reduções de alíquotas neste ano.
O governo também gastou menos este mês porque reduziu em R$ 7,9 bilhões as despesas com créditos extraordinários como os usados no combate à Covid-19. Por outro lado, gastou mais com pagamento de benefícios previdenciários: foram R$ 3,5 bilhões a mais, por causa do aumento de 2,5% dos beneficiários e aumento de R$ 5 bilhões nos pagamentos do Auxílio Brasil.
Ano no azul
No acumulado do ano, ao longo dos primeiros nove meses as contas públicas do governo central estão no azul: foi registrado um superávit de R$ 33,8 bilhões. Nesse caso, Tesouro Nacional e Banco Central registraram contas positivas em R$ 266,8 bilhões. Por outro lado, a Previdência (RGPS)teve um rombo de R$ 232,7 bilhões.
Segundo o Tesouro, os destaques do lado da obtenção de receitas foram o aumento real de 8,4%, equivalente a R$ 80,7 bilhões, nas receitas administradas pela Receita Federal, sobretudo advindas de Imposto de Renda e Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL).
No caso das despesas, o governo já gastou mais R$ 49 bilhões com a transferência de renda e mais gastos livres, como gastos com saúde (R$ 7,4 bilhões) e os R$ 23,9 bilhões referentes ao acordo do Campo de Marte.