Foto: Pedro Ladeira/Folhapress
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes vai representar ao ministro Alexandre de Moraes no inquérito das fake news para que ele identifique o autor de vídeos que foram divulgados com a falsa informação de que o magistrado jantou com um dos filhos de Lula (PT) em Roma.
O homem que espalhou as imagens afirmou que fazia isso para “ajudar o capitão”, apelido do presidente Jair Bolsonaro (PL) entre seus apoiadores. Desde que assumiu a Presidência, Bolsonaro tenta desqualificar o STF e já chegou a dizer que descumpriria ordens judiciais.
O autor das imagens enviou junto com elas um áudio, explicando como tinha feito os registros.
Ele diz que jantava em um restaurante na Itália no dia 9 de outubro quando “de repente, cara, chega aí o Gilmar Mendes”.
O homem afirma que decidiu então registrar a cena. Enviou então ao pai, “procurador público aposentado”, que falou: “Olha, puxa aí [pesquisa de imagens] porque parece que o filho do Lula tá junto”.
O autor das imagens completa: “E realmente o rapaz está lá”. O homem segue: “Então, sei lá se vai servir de alguma coisa, para ajudar lá o capitão, mas tá aí”. Diz ainda que mandou o vídeo para “o doutor Julio”, que seria do partido União Brasil, “para ver se adiantava”.
O vídeo já começou a circular nas redes sociais.
O problema é que nenhum filho de Lula estava à mesa e o ministro não tem relação alguma com a família do petista.
Segundo Gilmar Mendes, ele de fato no restaurante italiano citado no dia 9 mas em outras companhias.
Nesta terça (25), o magistrado divulgou as fotografias do jantar em seu Twitter e escreveu: “Estive em Roma no início de outubro, participando de congresso na Universidade. Foto do jantar, com o desembargador Ney Bello e o professor Sérgio Victor. Este último, segundo fake news desesperada, seria o filho de uma personalidade política brasileira”.