Documento assinado por 59 professores e pesquisadores de diversas universidades do Brasil e exterior será publicado na sexta-feira
Especialistas em combate à corrupção assinaram nesta quinta-feira uma carta em apoio à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Cinquenta e nove professores e pesquisadores que estudam o tema decidiram ir a público declarar o voto em Lula, no próximo dia 30. O documento será divulgado na sexta-feira.
Os professores e pesquisadores são de variadas disciplinas como Direito, Economia, Administração, História, Ciência Política e Contabilidade e estão associados a instituições acadêmicas reconhecidas, tanto no Brasil, quanto no exterior: Universidade de São Paulo (USP), Fundação Getulio Vargas (FGV), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Faculdade de Direito da Universidade de Toronto, a University College London, Universidade de Brasília e Universidade do Estado de Santa Catarina.
De acordo com a carta, o suposto compromisso de Bolsonaro com a luta contra a corrupção é apenas retórico, “conforme evidenciado por sucessivos escândalos de corrupção, alianças com os setores mais clientelistas da política nacional, interferência política nos órgãos de investigação, desconstrução do aparato jurídico institucional de combate à corrupção, e enfraquecimento do controle social e da transparência pública”.
Ainda, segundo os acadêmicos, “Bolsonaro representa uma ameaça concreta e iminente à democracia brasileira”. Para eles, votar no candidato do PT é “expressar a convicção de que o combate à corrupção não pode ocorrer às custas da ordem democrática; a convicção de que, pelo contrário, qualquer avanço nessa matéria só será sustentável quando acompanhado pelo fortalecimento das instituições e dos valores democráticos”.
“Votar em um candidato não significa aderir ao seu governo; às vezes, só nos é dado escolher a qual governo faremos oposição. E muitos de nós, abaixo-assinados, certamente optarão por fazer oposição ao governo eleito. Mas, entre fazer oposição a um governo democrático e fazer oposição a um governo autoritário, a nossa escolha será sempre pelo governo democrático”, afirma o documento.
O Globo