Cientistas políticos comentam o desempenho dos candidatos no debate da Band e as expectativas para o da Globo. Confira dicas sobre temas que o eleitor deve prestar a atenção
crédito: Renato Pizzuto/Band
A dois dias do segundo turno da eleição presidencial, os candidatos Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se enfrentam, na noite desta sexta-feira (28/10), no debate promovido pela TV Globo. Além de ser a última oportunidade para estar cara a cara com o adversário, o debate da Globo, diferente do encontro realizado na Band em que Bolsonaro colocou a mão direita no ombro de Lula, terá regras que impedem o contato físico entre os dois.
Quanto às expectativas para o debate desta noite, o professor e cientista político da Mackenzie Rodrigo Prando destaca que a regra de proibir o contato físico entre os candidatos é de bom tom, embora essa seja uma característica típica da cultura brasileira.
“Os brasileiros são muito afetuosos, o próprio Lula sempre gosta de colocar a mão na outra pessoa, e isso já foi bastante criticado por intelectuais do PT. E quando você encosta em alguém, especialmente o Bolsonaro que é mais alto, é como se ele quisesse mostrar que tem um poder sobre aquela pessoa. Muitas vezes, a política é feita de símbolos e gestos, mas também de contato pessoal. De certa maneira, é até de bom tom evitar esse contato, porque ali (no debate) as pessoas não estão para serem afetuosas, mas para discutir propostas”, avalia o professor.
Rodrigo comenta, ainda, que o planejamento passado pelas campanhas dos candidatos nem sempre é colocado em prática, porque no momento do debate as emoções acabam se extravasando. “Vai depender muito do nível de estresse que cada um chega para o debate, porque o estresse prévio pode atrapalhar demasiadamente o comportamento dos candidatos”, afirma.